14/04/2016
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), em diversos estados da federação abraçou a campanha Abril Verde, em prevenção às doenças e redução de acidentes de trabalho.
Em regiões como Amazonas e Paraná, por exemplo, diversas atividades estão acontecendo para conscientizar a população sobre a importância de se discutir a questão da segurança e saúde do trabalhador brasileiro, com o objetivo único de reduzir os acidentes de trabalho.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), em 2014, último dado disponível, foram registrados 704,1 mil acidentes, sendo 2.783 mil óbitos e 251,5 mil afastamentos por mais de 15 dias. Esses números são 03% inferiores aos registrados em 2013, uma ligeira queda que mostra como é preciso avançar mais nesse tema para conseguir reverter esse quadro que, atualmente, é desfavorável a classe trabalhadora.
“É preciso conscientizar o empregador que é melhor investir em segurança do trabalho do que ter que arcar, tanto moralmente quanto financeiramente, com um possível acidente que seu funcionário possa sofrer. As estaduais da UGT estão desenvolvendo ações nesse sentido, assim como busca informar o trabalhador e a trabalhadora sobre a importância da prevenção de acidentes”, esclarece Cleonice Caetano, secretária Nacional de Saúde e Segurança da UGT.
Ricardo Patah, presidente nacional da UGT ressaltou que esta é uma questão que o poder público deveria tratar como um problema de saúde pública. “É como um efeito dominó. Se imaginarmos um trabalhador que sofreu acidente laboral de grandes proporções, isso gera um impacto na sua família, social e psicológico, dependendo da gravidade, ele é afastado de suas funções e passa a depender do estado para se manter, se precisa de atendimento no SUS isso gera um custos. Ou seja, quando acontece um acidente de trabalho perde o trabalhador, seus familiares, o empregador e o Brasil”.
Se pegarmos um estado, a Paraíba, segundo os números divulgados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por hora três trabalhadores são afastados das suas atividades por doenças e acidentes de trabalho. São 74 afastamentos por dia, em média. Somente no ano passado, foram concedidos cerca de 27 mil benefícios no Estado (auxílio doença e auxílio doença por acidente do trabalho), uma média de 2,2 mil trabalhadores doentes por mês, o que gerou custou aproximadamente R$ 280 milhões aos cofres públicos e parte disso poderia ser evitado com prevenção.
Em todo o Brasil entre 2007 e 2013, data da última atualização do anuário estatístico da Previdência Social, aconteceram 5 milhões de acidentes de trabalho e 45% acabaram em morte, em invalidez permanente ou afastamento temporário do emprego. Só nesse período, o desembolso INSS com indenizações aos acidentados foi de R$ 58 bilhões.
Com o objetivo de fortalecer a luta em prol do tema saúde e segurança do trabalho, o Movimento Abril Verde surgiu com a proposta de não deixar cair no esquecimento que, em 28 de abril de 1969, uma terrível explosão em uma mina nos Estados Unidos vitimou 78 trabalhadores.
Por isso em abril pois se comemora no Dia 7 - Dia Mundial da Saúde e dia 28 o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho, proposta da OIT (Organização Internacional do Trabalho) a todos os países membros.
Verde foi à cor escolhida por ser considerada, pelos cursos e sinalização de segurança relacionado à saúde e proteção nos ambientes de trabalho. E o símbolo do Movimento é o laço verde, assim como o laço do Outubro Rosa e Novembro Azul e de outros tantos movimentos da sociedade em torno de uma causa nobre.
UGT - União Geral dos Trabalhadores