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3 em cada 4 multas de avanço de sinal são aplicadas de madrugada, quando motoristas se sentem inseguros


08/04/2016

A Prefeitura de São Paulo contabilizou 246.453 multas em 2015 somente por avanço do sinal vermelho (por fiscalização eletrônica). O desrespeito ao semáforo, no entanto, é expressivamente maior de madrugada do que no período da manhã na cidade de São Paulo. De acordo com dados do portal Mobilidade Segura, o número de multas durante a noite, no ano passado, foi três vezes maior do que durante o dia — entre 21h e 5h foram aplicadas 185.373 multas enquanto das 6h às 20h o número fica em 61.080.

O problema não é novo e os números só cresceram nos últimos anos. Em 2013, entre 21h e 5h, as multas ficaram em 8.609, passaram para 27.485 em 2014 e saltaram para mais de 185 mil em 2015 e muitos motoristas que circulam de madrugada pela capital não respeitam o sinal vermelho com receio de assaltos ou abordagens nos semáforos. Para Sergio Ejzenberg, consultor de trânsito e engenheiro mestre em transportes pela USP, as multas nesse horário são, em grande parte, conscientes e cometidas por insegurança.

— As pessoas passam no vermelho por falta de segurança pública. As pessoas não são suicidas. As pessoas têm medo.

Por outro lado, mesmo com fluxo menor de veículos e de pedestres, neste horário há também registro de acidentes graves e atropelamentos. Assim, para garantir a segurança dos motoristas e dos pedestres, especialistas sugerem alternativas que podem ser mais eficazes do que os radares — constantemente desrespeitados e responsáveis por milhares de multas que poderiam ser evitadas. Luiz Célio Bottura, consultor de engenharia urbana, acredita que o uso de amarelo piscante nos semáforos já ajudaria.

— Eu mesmo também não paro em alguns a noite porque não há segurança para parar. O que deveria acontecer com mais intensidade é o amarelo piscante.

Bottura defende a fiscalização, mas alerta para a falta de flexibilidade em alguns casos. 

— Acontece que a lei é cega. Ela regula um semáforo para abrir e fechar e a pessoa passa no vermelho e o radar registra. Com o amarelo piscante isso não aconteceria. E cabe aos motoristas saber usar o amarelo piscante que quer dizer “vá com atenção”.

Sergio Ejzenberg também defende que os semáforos funcionem de outra forma no período da madrugada para reduzir o número de multas causadas pela insegurança dos motoristas nos cruzamentos.

— A prefeitura arrecada milhões com multa e não tem semáforo inteligente, não arruma os semáforos. Com sistema inteligente, eles detectam a aproximação dos carros e liberam o verde. Tem que fiscalizar, mas a técnica está errada. Não tem sentido fiscalizar de madrugada sem [que os semáforos] funcionem direito.

Para Sérgio, esse tipo de sistema ajudaria também no trânsito em outros horários.

— Durante o dia conseguem trazer uma melhoria de 20% no congestionamento e de noite ele minimizam a espera, dando mais segurança. Não tem porque não implantar.

Mauricio Broinizi, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, acredita que o horário não é tão tranquilo assim para deixar todos os semáforos em amarelo piscante, mas concorda com mudanças. 

— Como medida paliativa você pode colocar o amarelo piscante de madrugada para cruzamentos que não são perigosos e mantém o radar nos pontos mais movimentados, mesmo de madrugada.

Para Broinizi é importante dar atenção ao horário.

 

— Entre 22h e 6h são os acidentes mais fatais porque as pessoas correm mais e respeitam menos o semáforo, mas acho que hoje tem instrumentos para flexibilizar algumas situações.

Outra alternativa sugerida pelo coordenador é a implantação de um sistema de registro para informar infrações cometidas e justifica-las.

— Poderia ter um canal para uma espécie de boletim de ocorrência, de registro para dizer que precisou passar no semáforo vermelho por causa de uma situação suspeita. Mas é óbvio que não é para abusar. As pessoas precisam encarar o transito com gravidade, que é sério.

A multa por avançar o sinal vermelho é gravíssima, custa R$ 191,54 e o motorista perde sete pontos na carteira de habilitação. Em três anos, foram 304.045 infrações do tipo (registradas por fiscalização eletrônica) na cidade. 

Sobre o aumento do número de multas na capita, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou, em nota, que isso "ocorre porque houve um aumento na fiscalização do trânsito e de desrespeito dos condutores às leis de trânsito. Pesquisa recente mostrou que a maioria dos acidentes foi provocada ou teve a participação de motoristas habitualmente multados por excesso de velocidade ou por avançar o sinal vermelho".

Fonte: R7


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