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Cartão de crédito tem maior taxa desde 1995


08/04/2016

As taxas de juros do cartão de crédito atingiram em março o maior nível para o mês desde 1995, primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O percentual anual de juros do rotativo chegou a 432,24% ao ano e 14,95% ao mês – aumento de 1,56% ante fevereiro. Os dados integram pesquisa divulgada ontem pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

O cheque especial apresentou elevação de 1,79% na comparação com o mês anterior, passando de 11,16% para 11,36% ao mês. Ao ano, a taxa alcançou 263,71%. A média das tarifas para pessoa física subiu de 145,76% para 148,76%. Para pessoa jurídica, os aumentos foram mais suaves: em média, os juros dessa categoria subiram 1,58%. Com isso, a taxa mensal foi de 4,43% para 4,5%. O acumulado anual saltou de 68,23% para 69,59%. Foi o 18º mês seguido de altas.

As elevações ocorrem a despeito da manutenção, desde julho do ano passado, da taxa básica de juros (Selic), em 14,25% ao ano. O diretor executivo de estudos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, explica que o crescimento nos percentuais cobrados está ligado ao momento pelo qual passa a economia do Brasil, que as instituições financeiras consideram como de alto risco de inadimplência. “Diante da recessão e suas consequências, como aumento da inflação e do desemprego, e da queda na renda da população, a expectativa dos bancos é a de que a possibilidade de calote é maior. Por esse motivo, aumentam as taxas”, comenta.

Para se ter ideia, em 2013, quando a economia brasileira ainda estava em ascensão – o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 2,3% ante 2012 –, as taxas médias em março eram de 87,97% ao ano para pessoa física e de 43,58% para empresas. Naquela ocasião, a Selic estava em 7,25% ao ano.

Oliveira avalia que as taxas deverão continuar subindo pelos próximos meses, ainda que a Selic tenha pequeno decréscimo, como aposta parte do mercado financeiro. “Todos os fatores que levam insegurança aos agentes econômicos tendem a se manter. Só haveria queda nos juros se houvesse mudança nesse cenário, ou se a Selic tivesse forte redução, o que dificilmente acontecerá.”

DICAS - O administrador de empresas Mauro Calil, especialista em finanças pessoais, orienta a quem estiver endividado que substitua por crédito mais barato. “Por exemplo: no caso de dívida no cartão de crédito ou no cheque especial, o ideal é procurar o banco e tentar cobrir esse valor com um empréstimo pessoal, cujos juros são mais baixos.” Em março, os juros do empréstimo pessoal nos bancos atingiram taxa média de 31,99% ao ano. Nas financeiras, chegou a 71,15%.

Quem tem dívida de R$ 1.000 no cartão de crédito e opta por pagar o mínimo (que, geralmente, varia entre 15% e 20% do valor total), neste caso, de R$ 200, levará quase oito meses para quitar sua fatura, que custará, no fim das contas, R$ 1.511,60, sendo R$ 511,60 de juros. Pagando dessa forma, se entra no chamado crédito rotativo.

Ao substituir pelo crédito pessoal, o valor da dívida saldado em seis parcelas dos mesmos R$ 200 será de R$ 1.168,06 (considerando juros de 122,8% ao ano, ou R$ 168,06), conforme simulação disponibilizada pela Calculadora do Cidadão, do Banco Central. Outra opção apontada por Calil é o empréstimo consignado – cujo valor das parcelas é debitado automaticamente da folha de pagamento. Considerando o mesmo exemplo, a dívida ficaria em R$ 1.046,14 (juros de 29,54% ao ano ou R$ 46,14 a mais) em cinco parcelas de R$ 200.

NOVIDADE - Para impulsionar o fornecimento de crédito no País, a presidente Dilma Rousseff (PT) publicou no fim de março a Medida Provisória 719, que autoriza a utilização de até 10% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e até 100% da multa rescisória (em caso de demissão sem justa causa) como garantia de pagamento ao credor.

A Caixa foi procurada pelo Diário para informar detalhes, mas informou que ainda aguarda regulamentação da medida por parte do conselho curador do FGTS. Não foi dado prazo de quando esse procedimento será concluído.

Para Calil, a possibilidade de utilizar o FGTS como garantia para o consignado é positiva, já que facilita o acesso a uma linha de crédito mais barata. “Porém, é preciso melhorar o nível de educação financeira da população para que os cidadãos não fiquem precisando de empréstimos a todo momento. Mesmo que os juros sejam inferiores aos cobrados em outras operações, o ideal é que se evite contrair dívidas”, pondera o especialista em finanças pessoais.

Fonte: DGABC


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