05/04/2016
O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, voltou a defender a independência e o protagonismo do movimento sindical diante do quadro de crise política e econômica vivida pelo Brasil. A afirmação foi feita na reunião da comissão operativa da UGT-Minas, realizada na sede do Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte, em 04/04, presidido por José Cloves Rodrigues, da Secretaria nacional dos Comerciários, e coordenada por Paulo da Silva, presidente da UGT mineira.
Patah reafirmou o papel da organização sindical na resistência democrática e na defesa de bandeiras como a valorização do salário mínimo. O sindicalista reconheceu o valor da operação Lava-Jato faz, na medida em que investiga, apura e gera a punição de empresários corruptores e agentes políticos desonestos.
PRESENÇA FORTE DO JUDICIÁRIO
A seguir, Malco Camargo, cientista político e professor da PUC-Minas, apresentou exposição sobre as faces da crise política e os desdobramentos na realidade brasileira, como a presença do Poder Judiciário, que tem encampado a maior parte da investigação das denúncias de corrupção.
Para o palestrante, o Judiciário tem cumprido papel, que era preponderantemente do Legislativo, mas que tem sido subserviente ao Executivo. “Quando o Congresso Nacional não decide sobre questões importantes - disse - elas acabam sendo decididas pelo Supremo.
Ao relacionar as possibilidades de soluções para a problemática brasileira, Camargo falou na hipótese do “impeachment”, cassação via TSE, continuidade do governo e renúncia da presidente. O especialista frisou o quadro de disputa em que os dois lados advogam ter razão, sejam os chamados “coxinhas” ou “petralhas”.
A CONFIANÇA NO SINDICALISMO
O ponto que mais chamou a atenção dos presentes foi quando Malco Camargo fez menção ao nível de credibilidade dos sindicatos, quando comentou sobre a lacuna de representação existente no Brasil. Entre as instituições relacionadas na Pesquisa Latinobarômetro, instituto de pesquisas de opinião com sede no Chile, de 2015, o sindicalismo detém 34% da confiança da população.
Na opinião de Camargo, o índice apresenta o movimento sindical como candidato potencial para liderar um processo de renovação, uma vez que a confiança interpessoal, na outra pessoal, aparece com índice de 7%, contraste que credencia o sindicalismo como um agente capaz “de fazer melhor e diferente”.
Renato Ilha, jornalista (MTP 10.300)
UGT - União Geral dos Trabalhadores