23/03/2016
A taxa de desemprego cresceu de 7,6% em janeiro para 8,2% em fevereiro nas seis maiores regiões metropolitanas do país, informou o IBGE nesta quarta-feira (23). Trata-se da maior taxa desde maio de 2009 (8,8%).
Os dados são da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que acompanha o mercado de trabalho em seis regiões metropolitanas do país (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).
O resultado ficou ligeiramente acima do esperado. Os economistas consultados pela agência internacional Bloomberg previam um aumento para 8,1% no mês, considerando o centro (mediana) das projeções.
O mercado cortou fortemente postos de trabalho em fevereiro. A população ocupada (empregada) era de 22,55 milhões em fevereiro, 1,9% menos que no mês anterior. Isso significa 428 mil pessoas a menos com emprego.
Frente a um ano antes, essa queda é ainda mais intensa, de 3,6%, ou 842 mil trabalhadores empregados a menos nas seis metrópoles pesquisadas pelo IBGE.
Na passagem de janeiro para fevereiro, as demissões foram maiores no setor de comércio, com o corte de 177 mil empregos, uma queda de 3,9%. O grupo chamado outros serviços cortou 174 mil postos, uma queda de 4% no número de empregos.
Com isso, a população desempregada (desocupada) em fevereiro chegou a 2 milhões de pessoas, 7,2% acima de janeiro deste ano, ou 136 mil pessoas a mais. E 39% acima do mesmo mês do ano passado.
O crescimento da taxa de desemprego não foi ainda maior porque muita gente não procurou emprego no período e, portanto, não foi considerada desempregada. Pela metodologia do IBGE, só é desempregado quem procura emprego.
O número de pessoas não economicamente ativas cresceu 1,4% de janeiro para fevereiro, o que representa 281 mil pessoas. Frente a fevereiro do ano passado, o aumento foi de 4,5%, um avanço em 903 mil pessoas.
Já o rendimento real (que já desconta a inflação) dos trabalhadores foi de R$ 2.227,50 em fevereiro, uma queda de 1,5% frente ao mês anterior e de 7,5% na comparação a fevereiro do ano passado, segundo informou o IBGE.
Esta é a última vez que a PME é calculada pelo IBGE. A partir de agora, o mercado de trabalho será medido pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), de abrangência nacional.
Fonte: Folha de São Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores