02/03/2016
Mês após mês, quase todos os setores da economia brasileira demitem milhares de pessoas. A partir de agora, conseguir emprego em 2016 vai exigir muito mais da qualificação do profissional. Porém, nem tudo está perdido.
Duas grandes empresas de recursos humanos ouvidas pela reportagem do R7 avaliam que, pelo menos, cinco setores continuam requisitando mais mão de obra, mesmo na crise.
Por exemplo, os profissionais da TI (tecnologia da informação) continuam em alta. Da mesma forma, quem é da área da saúde também vai encontrar um mercado mais aquecido do que outros setores. Para retomar o crescimento, muitas empresas apostam ainda em contratar bons vendedores.
A analista de RH da Employer Fabiana Zanbroski lembra que, independentemente da área, ainda assim há contratações no País.
— O mercado não está zerado. A própria construção civil ainda exige mão de obra.
Em janeiro, as seis principais regiões metropolitanas do País somaram 1,9 milhão de desempregados. O índice (7,6%) é o maior para o mês desde 2009. O número de trabalhadores com carteira assinada (11,6 milhões) caiu em relação ao mesmo período de 2015 (menos 336 mil pessoas). O Brasil tinha, em novembro, 9,1 milhões de desempregados, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os dados mostram que, entre os setores que mais demitem, estão a construção civil e a indústria. Porém, o ramo de serviços, o que mais emprega em todo o País, também começou a sentir os efeitos da crise, dispensando, principalmente, funcionários com menos qualificação (limpeza, vigilância e telemarketing).
Veja a seguir algumas oportunidades destacadas pela Employer e pela Catho.
São Paulo oferece mais de 7.000 vagas de emprego
TI (tecnologia da informação)
Essa área vive um ciclo diferente do que está acontecendo com algumas profissões. As empresas buscam cada vez mais funcionários que vão trabalhar em soluções tecnológicas para reduzir custos e facilitar processos. A assessora de carreiras da Catho Larissa Meiglin explica que existe uma demanda permanente por desenvolvedores, programadores e analistas técnicos com experiência.
— Hoje em dia, as startups estão muito fortes. Então, pessoal que desenvolve aplicativos para Android, iOS, Windows Phone têm muitas oportunidades. Outra especificidade dessa área é que tem uma rotatividade muito grande.
Saúde
“Saúde não é algo que as famílias brasileiras estão abrindo mão”, diz a assessora da Catho. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), esse foi, dentro do setor de serviços, o único ramo que não fechou vagas em janeiro deste ano. A área de saúde fechou o mês com um saldo de 49,7 mil contratações a mais do que demissões.
Larissa destaca algumas profissões em que há oportunidades.
— Tem vagas para médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem. Tem casos em que as empresas preferem contratar dois auxiliares que suprem a necessidade de um enfermeiro, por exemplo, que é mais caro, o que tem feito abrirem mais vagas.
Setor financeiro
Na Employer, Fabiana destaca que os clientes têm buscado profissionais com capacidade para atuar durante a crise econômica, analisando faturamento, gastos e aplicando soluções.
— A gente identificou que algumas áreas, como contábil, financeira e análise de mercado têm mais vagas. Até porque esse profissional consegue melhorar a receita da empresa. As empresas estão buscando mais profissionais que venham oferecer soluções.
Apesar de o telemarketing estar demitindo muitos funcionários, a assessora de carreiras da Catho acrescenta que um tipo específico de profissional tem mais condições.
— Operador de telemarketing para fazer cobranças têm oportunidades. O telemarketing está demitindo quem realmente não traz retorno. Mas para cobrança, a pessoa precisa ter um perfil específico, que é difícil de encontrar, e essas vagas acabam sendo mais difíceis de preencher.
Fonte: R7
UGT - União Geral dos Trabalhadores