29/02/2016
Em razão do caráter estratégico do setor cimenteiro para o desenvolvimento nacional, as negociações coletivas, costumeiramente feitas entre as empresas e representações sindicais de trabalhadores, ganham outra dimensão, a partir da mudança no perfil das corporações, que passam por processo de concentração, após fusão e aquisições.
Mesmo aprovados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a formação de novos blocos econômicos impõe aos sindicatos profissionais atuação unificada em âmbito nacional, para conseguir fazer frente à pressão e ameaças aos postos de trabalho, que aumentam o desgaste físico e psicológicos dos trabalhadores.
Se é certo que o êxito do setor cimenteiro se deve à soma de fatores positivos, há um fator decisivo para o sucesso do empreendimento e que atua como diferencial no resultado da produção, que é o elemento humano, agente direto na estrutura e qualidade da produção.
Nas palavras de Gelson Santana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre e diretor da secretariado nacional do setor na União Geral dos Trabalhadores (UGT), o argumento da valorização salarial é permanentemente válido, mas cresce em importância em épocas de crise, quando o salário é o principal fator de motivação.
Cientes da importância da negociação em setor estratégico para a economia de qualquer país, os sindicatos pleiteantes solicitaram a mediação do Ministro do Trabalho e Previdência Social (MTP), Miguel Rossetto, nas negociações entre a Comissão Nacional dos Trabalhadores na Indústria do Cimento e o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), para que sejam resguardados os princípios do Trabalho Decente, levantados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A representação para América Latina e Caribe da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), federação sindical global que agrupa sindicatos livres e democráticos, membros dos setores de construção, materiais de construção, de madeira, silvicultura e sectores conexos, traz a voz de 12 milhões de trabalhadores, integrantes de 350 sindicatos afiliados, em 134 países, que estão alinhados aos pleits dos trabalhadores brasileiros.
UGT - União Geral dos Trabalhadores