23/02/2016
Cerca de 300 dirigentes sindicais da saúde se reúnem no 1º Workshop Paulista de Organização Sindical, em Atibaia, promovido pela Federação dos Trabalhadores da saúde do Estado de São Paulo. O objetivo do encontro é embasar todos os dirigentes sindicais para as negociações coletivas que os 13 sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo estão enfrentando ou vão enfrentar em 2016.
Os debates começaram no dia 17 e se estenderam até 20 de fevereiro. Durante este período, foram discutidos assuntos de relevância para a área da saúde, especialmente a unificação da pauta de reivindicações no Estado de São Paulo.
A proposta é organizar os 13 sindicatos filiados à Federação paulista da Saúde e, em conjunto, buscar melhores condições para a categoria e para a sociedade. "Para nós, trabalhadores da saúde, é importante a unificação de uma pauta, uma vez que será cerca de 600 mil trabalhadores lutando juntos por uma mesma causa e isto fortalece a negociação”, destaca o presidente da Federação paulista da Saúde, Edison Laércio de Oliveira.
Na abertura dos trabalhos, Edison lembra que já foi elaborada uma pauta de reivindicações única. “Queremos encontrar formas para unificar a data-base da categoria e também uma pauta de reivindicações para todos. Com isto, teremos muito mais chances na hora de uma negociação, principalmente em um momento tão conturbado pelo qual passa o País”, diz Edison Oliveira.
Leide Mengatti, presidente do Sinsaúde Campinas e Região, o sindicato anfitrião deste evento, destacou que este encontro é importante para que todos unam forças e trabalhem juntos. “Estamos aqui para somar e para avançar na luta da categoria no Estado, mas tudo isso não para aqui. Nossa luta deve continuar para fazer da categoria da saúde o melhor lugar do pódio, já que estamos em ano de Olimpíadas”, diz.
Dando sequência, Dr. Raimundo Simão de Melo, que por anos trabalhou no Ministério Público do Trabalho (MPT) e hoje é assessor da Federação, falou sobre as negociações de acordos e convenções coletivas e alerta os sindicalistas de que num momento tão difícil da economia, o sindicato tem uma carga muito pesada na hora de negociar um bom acordo para os trabalhadores. “Mas não se pode fraquejar. O sindicato tem que mobilizar os trabalhadores de sua base, lutar e fazê-los entender que juntos são mais fortes para fazer um bom acordo.”
Ele ressalta que os sindicatos têm que dar trabalho para o MPT quando não há acordo entre sindicato e patrão. Tem que discutir, tem que confrontar e se posicionar para defender os representados. “Nem sempre o MP consegue acordo entre as partes e aí fica difícil, porque o MP entende que tem que haver acordo”, diz.
Súmula 227
Para Raimundo, a Súmula 227, que garante as cláusulas sociais, está servindo para acomodar o dirigente sindical, que não faz questão de negociar, visto que a referida súmula garante o que já existe no acordo/convenção anterior. “Isto não pode acontecer. É preciso negociar sempre”, diz.
O economista do Dieese, na subseção da Federação paulista da Saúde, Luiz Fernando Rosa, também fez um panorama sobre a conjuntura econômica do País e compartilha da mesma opinião de Raimundo Simão quanto à negociação de um acordo ou convenção para a categoria. Segundo ele, o caminho para o País sair da crise é longo. “Precisa reavaliar caminhos com um plano econômico. Isto não resolve o problema agora, mas é a solução para começar a sair da crise”, sinaliza ele.
Pauta de reivindicações
Pensando na unificação da pauta de reivindicações para todo o Estado, Luiz Fernando compilou, a pedido da Federação, todas as cláusulas das convenções, que no total são 25, e uniu as mais benéficas para os trabalhadores, tornando uma única pauta.
A unificação da pauta foi o tema que compôs a Carta de São Paulo, documento aprovado por todos os dirigentes sindicais no 17º Encontro Paulista da Saúde, em novembro do ano passado.
UGT - União Geral dos Trabalhadores