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Em janeiro a alta dos alimentos pressiona a inflação que tem a maior alta desde 2003

A continuar nesse ritmo de alta, logo logo os trabalhadores estarão saindo às ruas para cobrar um reajuste tipo cenoura, na tentativa de recuperar as constantes perdas salariais. O legume alaranjado apresentou uma alta de 32,64% , enquanto a média dos reajustes salariais em 2015, não chegou a 0,51% (de aumento real), segundo dados do DIEESE  (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos  Socioeconômicos).

O aumento real médio caiu e apresentou o menor valor desde 2008 (0,51%),quando DIEESE passou a acompanhar o resultado das negociações coletivas pertencentes a um painel fixo de categorias. Foram considerados para a análise os reajustes de 302 unidades de negociação da esfera privada e de empresas estatais com data-base no primeiro semestre de 2015. Os resultados foram comparados com os reajustes dessas mesmas negociações entre 2008 e 2014.

Voltando aos legumes, as altas não se restringem apenas a cenoura e atingem a uma grande variedade de vegetais, passando pelo tomate (27,27%); cebola (22,05%); batata-inglesa (14.78%), entre outros. Foi a maior alta do setor de alimentos desde a implantação do Plano Real. Com isso, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superou as previsões e alcançou 1,27% em janeiro, o pior resultado para o mês desde 2003.

O aumento dos transportes e as condições climáticas adversas também contribuíram para elevar o custo da produção de alimentos. Porém, o fato é que se persistir essa tendência os legumes devem entrar com tudo na pauta de negociação salarial, a ponto de um  holerite “cebola”, aquele que quando o empregado abre e chora, passar a ser um objeto de desejo dos trabalhadores.  

Marcos Afonso de Oliveira 

Secretário de Imprensa da UGT