12/02/2016
Preocupada com o lamentável crescimento do número de casos de dengue, Zika vírus e febre chikungunya no Estado do Pará, a União Geral dos Trabalhadores – UGT PARÁ, reuniu toda a sua diretoria executiva e ficou decidido que os dirigentes sindicais de todos os 103 sindicatos, federações e associações filiados no Estado, receberão orientações para passarem a observar, a partir de suas casas e das sedes de suas entidades, possíveis criadouros do mosquito Aedes Aegypti. Devem ser observados reservatórios de água e ajuntamento de lixo; as vasilhas de alimento dos bichos devem ser imediatamente lavadas e emborcadas após o uso, a fim de que não ocorra mais pontos de incidência de larvas que podem perdurar por anos independente de haver água no recipiente.
O presidente da UGT Pará, sindicalista José Francisco de Jesus Pereira, o Zé Francisco, explica que, na base, a central sindical representa mais de um milhão de trabalhadores dos setores de comércio, rodoviários, técnicos de enfermagem, bares, restaurantes, hotéis, turismo, construção civil pesada, cemitérios e funerárias, pescadores, vigilantes. Por isso, “vamos orientar nossos dirigentes a entrar em contato com a base e educar esses pais de famílias para que cada um seja um combatente do mosquito transmissor da doença que virou uma epidemia, causa de grandes preocupações em todo o Brasil e em toda a América do Sul; aqui especialmente em decorrência do nosso clima quente e úmido, que propicia mais ainda a criação do Aedes Aegypti”, disse Zé Francisco. Ele acrescentou que, desse universo, só no comércio, são cerca de 480 mil trabalhadores que a UGT PARÁ pretende atingir nessa guerra de combate ao principal causador de dengue, Zika vírus e febre chikungunya.
Ainda conforme disse o presidente da UGT PARÁ, é oportuna a Campanha da Fraternidade Ecumênica, liderada pela Igreja Católica por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que, neste ano, tem o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”, que alerta para a grande necessidade de levar saneamento básico para toda a sociedade, pois isso significa inclusão social e é também uma questão de saúde pública. Segundo Zé Francisco, a falta de saneamento básico nas periferias das grandes cidades brasileiras é também causa de preocupação e locais onde se concentram os criadouros do mosquito causador dessas doenças que estão assustando, que estão matando e que estão causando tantos sofrimentos, a mobilização pública, dos governos e de instituições sérias que se voltam para os grandes embates sociais. “Isso é uma prioridade de urgência e devemos apoiar todas as formas de trabalhos e lutas que signifiquem erradicar o mosquito e se evitar uma epidemia dessas doenças na nossa sociedade”, acrescentou o sindicalista.
Ao longo desta semana, a UGT PARÁ encaminhará ofícios às secretarias de Saúde e Meio Ambiente do Estado e dos Municípios, assim como ao governo do Estado e à Assembleia Legislativa e demais órgãos, comunicando de sua disposição em colaborar diretamente na luta de combate ao mosquito transmissor de dengue, Zika vírus e febre chikungunya.
Números
No começo deste mês, a Secretaria de Estado de Saúde Pública – SESPA, divulgou o segundo Informe Epidemiológico de 2016, segundo o qual houve um total de 191 casos de dengue, cinco de Zika vírus e um importado de febre chikungunya confirmados no Pará. De acordo com os dados, houve uma redução de 33,44% na quantidade de doentes com dengue no Estado em relação ao mesmo período de 2015, que registrava 287 confirmações.
Dos municípios paraenses com maior ocorrência da dengue, Monte Alegre lidera no ranking com 56 casos confirmados, seguido por Oriximiná (15), Belém (13), Santana do Araguaia (8), Benevides (7) e Canaã dos Carajás (4). Em todo o Estado, não houve registro de mortes por dengue em 2016, mas a Sespa orienta que as Secretarias Municipais de Saúde informem num período de 24 horas a ocorrência de casos graves e mortes suspeitas.
Para a confirmação de óbitos é necessária a investigação epidemiológica com aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que prevê exames específicos em laboratórios credenciados do Estado, como o Laboratório Central (Lacen) e Instituto Evandro Chagas (IEC) – que são preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Dengue – para o correto encerramento de casos graves e óbitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
De acordo com dados da Sespa, a execução de ações contra a dengue é de competência dos municípios, que devem cumprir metas, entre as quais destacarem agentes de controle de endemias para fazer visitas domiciliares. Paralelamente, a Sespa faz o monitoramento dos 144 municípios que receberam o incentivo do Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da dengue, e distribui às prefeituras inseticidas (larvicidas e adulticidas) para o controle. A secretaria também faz visitas técnicas aos municípios para assessoramento das ações do programa da dengue, além de apoiar a capacitação sobre a febre chikungunya.
Fonte: UGT Pará
UGT - União Geral dos Trabalhadores