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Trabalhadores da limpeza hospitalar protestam em frente à Secretaria Estadual de Saúde, com o apoio do Siemaco


21/01/2016

Cerca de 300 profissionais, auxiliares de limpeza locados nos hospitais estaduais Emílio Ribas, Geral de São Mateus e Mandaqui tomaram três faixas da Avenida Dr. Arnaldo, entre as oito e às 13 horas dessa quarta-feira (20), cobrando o pagamento dos salários e benefícios. “É a saúde dos hospitais que está em risco”, resumiu num desabafo Sandra Barbosa da Silva, que integra a equipe da limpeza do Emílio Ribas há 14 anos.

 

Os profissionais decidiram dar um basta a um problema recorrente, num círculo vicioso que se repete há quase um ano: os salários atrasam e apenas são pagos depois da paralisação das atividades pelos profissionais. Enquanto isso, as contas das famílias acumulam juros e a qualidade de vida de famílias inteiras é comprometida. Um problema que afeta, ainda, a saúde das instituições, colocando em risco pacientes e profissionais de saúde.

 

Jogo de empurra

 

“A Secretaria Estadual do Estado precisa cobrar as empresas e rever os contratos, pois os trabalhadores estão sendo penalizados”, discursou o diretor do Siemaco, Elmo Nicácio (Lagoa), sob aplausos e gritos de guerra dos manifestantes. "Este manifesto é histórico, ordeiro e digno", ressaltou, alegando: eles vão trabalhar, não brincar! O Siemaco é filiada a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

 

A empresa Mopp Moscar justifica que não pagou os salários e benefícios porque não recebeu as faturas da Secretaria Estadual da Saúde. Alegou que não recebe pelos serviços prestados há três meses.

 

Após mandar dizer que não iria se manifestar, a Secretaria Estadual da Saúde voltou atrás em sua decisão. No final da manhã, o Coordenador de Saúde Substituto, Vicente Simões Bernardo, se reuniu com os diretores do Siemaco, Fábio Cruz e João Capana.

 

“Ele disse que a Secretaria do Estado está impedida de pagar as faturas porque a empresa está cadastrada do Cadim como devedora, por não arcar com os impostos devidos”, contou Capana. Fábio Cruz enfatizou que uma comissão de seis funcionários (dois de cada hospital), o sindicato, e representantes da contratada e gestor do contrato iriam se reunir em mesa redonda, no Ministério do Trabalho, no final da tarde, tentando reverter à situação.

 

A voz do trabalhador

 “Eu não estou aqui pedindo favor, mas reivindicando o que é meu direito. A equipe da limpeza está sendo tratada como lixo, mas somos nós que mantemos a limpeza”, revoltou-se Edson Ramos Santos. Com duas filhas menores, ele está convivendo com a necessidade vivenciada pela família e pediu para o governo e patrão “colocarem a mão na consciência.”

 

Indignidada, Cícera Ribeiro, que trabalha há seis anos na Mopp, limpando o Hospital São Mateus, denunciava que a empresa pediu o apoio dos funcionários “na hora de conquistar o selo de qualidade”, mas abandona os trabalhadores nos momentos de dificuldade. Com duas férias vencidas, ela pedia respeito.

 

As colegas do Hospital São Mateus, Jesse, Mari e Rosemary, protestavam porque enquanto lutavam pelos seus direitos, trabalhadores do Hospital do Servidor Público Estadual, que receberam os salários da Mopp Mosca estavam cobrindo os serviços emergenciais. “Tem trabalhador limpando um andar inteiro, responsável por 20 leitos, sozinho”, denunciaram.

 

De uma maneira geral, os manifestantes se queixam de desrepeito, desvalorização e discriminação. “Olha nós aqui”, gritava Márcio Paraíso Araújo, que trabalha no Hospital Mandaqui, quase num grito de socorro.

 

O Tenente da Polícia Militar, Vaz de Lima, comandava uma equipe que acompanhava a manifestação. “Nosso trabalho é garantir a segurança de todos, manifestantes e populares”. Não precisou, porque as armas dos trabalhadores eram a união, o objetivo comum e o apoio do Siemaco.

 

Entendendo o caso

Os trabalhadores dos três hospitais estaduais estão convivendo com a incerteza há cerca de um ano. Sempre apoiados pelo Siemaco, os salários apenas são depositados após negociações mensais. Muitos já pediram as contas, o que não foi acatado pelos patrões. “Eles não têm como nos demitir porque não têm como pagar os nossos direitos”, alegam os auxiliares de limpeza.

 

Enquanto isso, outras irregularidades vem se acumulando. Entre elas: férias vencidas, gozo do período de férias em vencimentos, troca de equipes para manter os serviços emergenciais, dupla jornada, além do acúmulo de atividades pelo funcionário que está mantendo a higienização dos setores emergenciais.

 

A diretora Karine Karen enfatizou que os trabalhadores não podem ser penalizados pelos problemas do contratado e contratante. “Se a empresa não paga o gestor do contrato tem de se posicionar, porque o trabalhador não tem culpa. Eles são a parte mais frágil, mas nós estamos aqui para defender os seus direitos.”, argumentou

 

Na manhã dessa quarta-feira, os diretores Andrea Ferreira, Elmo Nicácio, Fábio Cruz, João Capana, Karine Karen e Silvana Souza, além da equipe de assessores sindicais foram às ruas, ao lado dos trabalhadores. Amanhã o trabalho continuará, com a equipe do sindicato que atua diariamente, no local de trabalho, buscando preservar os direitos das categorias representadas pelo Siemaco. No Emílio Ribas, Henrique e Sidney, no Geral de São Mateus, Gustavo e Zé do Carmo e no Mandaqui, Marlon, sob coordenação de Valdir. É sempre assim, o Siemaco está aonde o trabalhador estiver.

 

 

 

 


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