18/01/2016
Documentos do Ministério Público de Minais Gerais revelam que a Samarco sabia que a barragem estava em risco desde 2013. O 'Fantástico', da Rede Globo, teve acesso aos primeiros resultados da investigação que está sendo conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais. Nesta semana, a mineradora Samarco, a Vale, a empresa de consultoria VOGBR e mais sete executivos foram indiciados por crime ambiental, pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015.
Segundo a reportagem, relatórios preliminares da investigação que ainda deve durar cerca de dois, houve uma combinação de fatores que culminaram no que ficou conhecido pela "Tragédia de Mariana". Além do desastre ambiental, o rompimento da barragem de Fundão deixou 17 mortos, enquanto dois são considerados desaparecidos.
De acordo com o MP-MG, o problema começou em 2007, quando a mineradora pediu autorização para o governo de Minas Gerais para explorar o local. Segundo a entidade, a empresa não entregou o projeto executivo necessário para o licenciamento, apenas dados muito básicos. Mesmo assim, a Fundação Estadual do Meio Ambiente autorizou o licenciamento que, para o MP-MG, foi liberado com muita rapidez.
Além desses relatórios, a reportagem citou um documento de 2013 da consultoria VOGBR que avisava a empresa que água junto da "Pilha da Vale", uma região cheia de entulhos, poderia comprometer a barragem de Fundão. Em 2014, a Samarco foi novamente alertada por um outro consultor sobre o perigo na região, desta vez em razão de trincos no reservatório, que poderiam ser princípio de uma ruptura, mas nada fez.
Por meio de seu advogado, a Samarco disse que não entregou o projeto executivo, mas enviou sim todas as informações que considerou relevante na época. O gestor da Fundação Estadual do Meio Ambiente em 2007 não se manifestou ao 'Fantástico'.
Fonte: IG
UGT - União Geral dos Trabalhadores