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O México deu início neste domingo (10) ao processo de extradição para os Estados Unidos do narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, recapturado pela polícia na antevéspera após meses de procura.

O chefe do cartel de Sinaloa foi formalmente notificado pelas autoridades mexicanas de que é procurado pela Justiça americana. Ele está detido na prisão de segurança máxima de Altiplano, de onde fugiu há seis meses por um túnel de 1,5 quilômetro de extensão.

Em comunicado, a Procuradoria-Geral do México disse que a Interpol emitiu duas ordens de extradição de Guzmán, que sofre acusações em sete jurisdições dos EUA pelo tráfico transfronteiriço de centenas de toneladas de cocaína, metanfetamina e heroína.

O advogado do narcotraficante, Juan Pablo Badillo, disse ter entrado com seis recursos contra o processo de extradição. "Nosso país deve respeitar sua soberania nacional, a soberania de suas instituições em fazer justiça", afirmou o advogado.

Os recursos apresentados pela defesa devem prolongar o processo, que deve se arrastar por meses.

As autoridades mexicanas costumam extraditar narcotraficantes para os EUA, mas resistiram em entregar Guzmán após ele ter sido preso em fevereiro de 2014 para demonstrar orgulho nacional.

A fuga do narcotraficante, a segunda em sua carreira, representou uma humilhação para o governo do presidente Henrique Peña Nieto, e agora as autoridades esperam que a extradição ocorra o mais rápido possível.

Segundo a Procuradoria-Geral do México, uma das razões que levaram à captura de Guzmán foi a descoberta de que o criminoso tinha iniciado contatos para rodar um filme sobre sua vida.

Na noite de sábado (9), a revista americana "Rolling Stone" publicou uma entrevista secreta com Guzmán, feita há alguns meses no México pelo ator Sean Penn. Fontes do governo mexicano dizem que as forças de segurança conseguiram rastrear Penn, o que também ajudou na prisão do narcotraficante.

Fonte: Folha de S.Paulo