04/01/2016
Bahrein, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Sudão, aliados da Arábia Saudita, anunciaram nesta segunda-feira (4) o tensionamento de suas relações diplomáticas com o Irã, um dia depois de o regime saudita cortar relações com o país persa.
O Bahrein anunciou o corte de relações com o Irã e deu aos diplomatas desse país 48 horas para que deixem seu território.
Poucas horas depois, os EAU anunciaram o rebaixamento de suas relações com o Irã para apenas assuntos comerciais e convocaram seu embaixador em Teerã. A federação justificou sua decisão devido às "contínuas interferências do Irã em assuntos internos de países árabes e do golfo".
A chancelaria do Sudão também anunciou o rompimento das relações diplomáticas desse país com o Irã.
Neste domingo (3), a Arábia Saudita cortou suas relações com o Irã após o país persa criticar duramente a execução pelas autoridades sauditas do clérigo xiita Nimr al-Nimr, proeminente crítico da monarquia saudita. Durante uma manifestação no sábado (2), a embaixada saudita em Teerã foi atacada.
Potências econômicas da região, Arábia Saudita, de maioria sunita, e Irã, xiita, assumem lados opostos em conflitos armados na Síria e no Iêmen e acusam-se mutuamente de patrocinar o terrorismo.
HAJJ
A decisão da Arábia Saudita de cortar relações com o Irã pode levar o país persa a parar de enviar peregrinos ao Hajj, rito islâmico organizado anualmente em Meca, na Arábia Saudita, disse nesta segunda-feira o advogado Mohammad ali Esfanani, porta-voz da Comissão Jurídica do Parlamento iraniano,
"Quando um país corta laços diplomáticos conosco, quer dizer que é hostil em relação a nós" disse Esfanani, de acordo com a agência de notícias ISNA. O Irã não enviou peregrinos ao Hajj entre 1988 e 1991, período de elevada tensão com a Arábia Saudita.
Também nesta segunda-feira, o porta-voz da chancelaria iraniana, Jaberi Ansari, acusou a Arábia Saudita de executar al-Nimr com o objetivo de alimentar tensões na região. "A Arábia Saudita tem interesse em tensões e confrontos contínuos, e até sua existência depende disso", afirmou.
Fonte: Folha de São Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores