31/12/2015
O governo da Bolívia anunciou na terça-feira que militarizará a cidade de San Matías, na fronteira com o Brasil, considerado um município perigoso após uma série de assassinatos, parte deles relacionados com a violência do narcotráfico.
O ministro da Defesa, Reymi Ferreira, disse aos meios de comunicação que o presidente Evo Morales instruiu a militarização de San Matías para que o Exército participe de operações de segurança, a pedido da prefeitura, do comitê cívico e de legisladores regionais.
"O presidente autorizou as Forças Armadas a (realizar) a militarização de San Matías em apoio à Polícia Nacional", declarou o ministro à imprensa.
Ferreira sustentou que a militarização durará o tempo que for necessário e que os militares atuarão no marco do respeito aos direitos humanos e em coordenação com a polícia.
Ao todo, 200 militares vão reforçar a segurança em San Matías, até então nas mãos de um grupo de cinco policiais.
O ministro de Governo (Interior), Carlos Romero, disse à rádio estatal que se trata de uma área na qual ocorreram pelo menos seis assassinatos em dois meses, além de casos de tráfico de terras e de minerais, tráfico de drogas, contrabando e sequestros. "O denominador comum é a droga", declarou Romero.
Segundo o ministro, os agentes de segurança entrarão em San Matías, que tem uma população de 15.600 moradores, "com três vezes mais força" que a já existente para coordenar operações com o Brasil em ações "duríssimas e contundentes".
"Lá a presença do Estado é frágil, mas a presença da polícia será triplicada e vamos ser contundentes em nossa resposta", enfatizou Romero.
Na sexta-feira, uma funcionária do Escritório de Migração foi assassinada com sete tiros disparados supostamente por um familiar brasileiro, que fugiu para o país sem que as razões do crime tenham sido esclarecidas.
Vários pontos na fronteira da Bolívia com o Brasil são considerados locais de estocagem da cocaína boliviana e peruana antes de ser levada ao território brasileiro, o que provoca a violência.
Fonte: Folha de S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores