15/12/2015
A União Geral dos Trabalhadores (UGT), representada pelo Secretario Geral Canindé Pegado, representantes das demais centrais sindicais e empresariais, debateram hoje (15) pela manhã sete propostas para retomada do crescimento econômico no país, apresentadas no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social, em Brasília. O documento foi entregue à presidenta Dilma Rousseff.
“Os sete pontos são muito convergentes e é uma agenda que traz um sentido de urgência. A urgência de interrompermos o momento de desemprego, de recuperarmos o ambiente de geração de emprego, de investimentos. O importante é esta convergência entre a representação sindical e empresarial trabalhando junto para uma agenda de retomada de crescimento econômico”, afirmou o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, após o encerramento do encontro.
No início dos debates, Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentou o documento – Compromisso pelo Desenvolvimento – com as sete propostas de crescimento. Consolidado em menos de um mês, as ideias são fruto de debates e já têm o apoio de cerca de 70 entidades, tanto sindicais quanto empresariais.
Entre as propostas estão a retomada dos investimentos públicos e privados em infraestrutura produtiva - com ampliação de instrumentos de financiamento; a ampliação dos investimentos no setor de energia; o destravamento do setor de construção; o aumento da produção e exportação da indústria de transformação; a adoção de políticas de incentivo e sustentabilidade do setor produtivo; a ampliação do financiamento de capital de giro para as empresas e a adoção de políticas de fortalecimento do mercado interno, destacadas pelo secretario geral da UGT, Canindé Pegado, como fundamentais para que o país retome a crescimento e promova a geração de emprego..
Durante o debate, Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), questionou o fato de o Brasil não usar os 370 bilhões de dólares que possui em reservas internacionais para amenizar os efeitos da crise econômica. “Se temos, traz para cá. Poupança é para isso. Hoje temos 370 bilhões, inclusive a juros negativos, pagando para deixar esse dinheiro lá fora. Por que não pegam um pedaço grande disso e colocam aqui, para resolver os problemas, injetar no desenvolvimento?”
Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, cobrou apoio e rapidez do governo para que a agenda seja posta em prática. "Um sentimento que nos une é o de inconformismo com a previsão de um ano de 2016 com redução forte de atividade econômica".
Luiz Moam, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, disse que o governo não deve parar de adotar medidas em função dos problemas políticos. “Devemos separar as questões políticas das econômicas. E o Congresso Nacional deve continuar votando as questões de caráter econômico”, afirmou Moam.
Representantes dos aposentados também estiveram na reunião e ressaltaram a importância de participarem das discussões.
O ministro Armando Monteiro, da Indústria e Comércio, participou do debate e afirmou que as propostas apontam numa direção correta. Ele destacou o sentido de urgência na efetivação da agenda e falou sobre a importância do ajuste fiscal. “A retomada [do crescimento econômico] se dará com o ajuste da correção fiscal. E este Fórum precisa efetivamente fazer uma interlocução com o Congresso Nacional e sinalizar a necessidade de que medidas absolutamente necessárias se completem”.
UGT - União Geral dos Trabalhadores