11/12/2015
O movimento Grito das Centrais, criado com uma pauta única entre as centrais sindicais CTB, CGTB, NCST, UGT-PE e Força Sindical, reuniu cerca de 800 manifestantes para uma passeata no centro do Recife a fim de protestar contra a corrupção, juros e impostos abusivos, pelo fim do fator previdenciário, por redução da carga horária de trabalho sem redução dos salários, dentre outras bandeiras de luta.
Reunidos na Praça do Derby, os manifestantes iniciaram a passeata pelas nove horas da manhã, percorrendo a Avenida Conde da Boa Vista, principal corredor do centro da cidade, por onde circulam milhares de pedestres e ônibus diariamente. A ideia do ato foi sensibilizar a sociedade civil e provocar diálogo com o Governador Paulo Câmara, que vem se esquivando de conversar com os trabalhadores - até agora nenhum diálogo foi travado entre ele e as centrais sindicais.
Ocupando uma faixa da Av. Conde da Boa Vista, a passeata seguiu pacificamente dobrando na Rua da Aurora, em seguida cruzando a ponte Princesa Isabel em direção ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado de Pernambuco, donde os manifestantes foram grosseiramente impedidos de prosseguir para falar com Paulo Câmara. Mais uma vez não houve diálogo.
A Assessoria do Governador disse à imprensa que sempre esteve disposta ao diálogo, mas que desta vez não permitiu a entrada dos trabalhadores porque não havia uma comissão formada para conversar com os representantes do governo. Esta alegação foi amplamente refutada pelos representantes das centrais sindicais, informando que a comissão foi sim, formada, mas desfeita justamente porque o governador se recusou a receber os trabalhadores, designando mais uma vez representantes, ato reprovado pelos manifestantes, já que todas as outras vezes, quando o governo do estado pretendia recebê-los, sempre foi através de representantes, e a pauta de reivindicações nunca foi considerada por Paulo Câmara.
"É preciso que a sociedade entenda que não queremos ser contra o governo, queremos na verdade uma parceira com o governo para que ele seja mais e melhor atuante junto à própria sociedade. Mas também é preciso que o governo se mostre aberto ao diálogo com a classe trabalhadora, devidamente representada pelas centrais sindicais", informou Gustavo Walfrido, presidente da UGT-PE.
Dentre as lideranças presentes na passeata, estavam os presidentes das centrais CGTB - Marílton Cavalcanti, NCST - Israel Torres, Força Sindical - Rinaldo Júnior e UGT-PE - Gustavo Walfrido. A diretoria da UGT-PE, por meio de Luiz Nelson, Romero Mendonça e Maurício Luna também esteve presente.
UGT - União Geral dos Trabalhadores