03/12/2015
O lançamento oficial da carta “Compromisso pelo Desenvolvimento” aconteceu, na manhã desta quinta-feira (03), no Centro Social Hakka Brasil, em São Paulo. O evento, que simboliza a unidade entre a classe trabalhadora e a patronal na busca por alternativas que enfrentem os efeitos desta grave crise que se instalou no País, reuniu mais de mil pessoas entre trabalhadores, militantes, dirigentes sindicais, empresários e parlamentares.
Encabeçado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que conta com apoio da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e de diversas entidades do movimento sindical e patronal, o Movimento apresentou um documento, que será encaminhado a presidente Dilma Rousseff e a sua equipe, em que constam sete propostas de desenvolvimento e destravamento do setor econômico brasileiro que, categoricamente, vem sofrendo severos danos por conta das investigações realizadas pela Polícia Federal, na operação Lava Jato, principalmente quando se trata dos setores de petróleo, gás, construção e naval, que são importantes para a recuperação e fortalecimento dos empregos no Brasil.
“O Brasil está passando por um momento difícil, um verdadeiro caos no ponto de vista político, econômico e de confiança, muito por conta desses escândalos de corrupção, que mergulham o Brasil neste mar de lama. Nós da UGT somos a favor que esses criminosos sejam presos, mas não compactuamos com a ideia de que para que essa a punição aconteça, nosso patrimônio sofra as consequências, pois essas empresas que tiveram seus administradores envolvidos em corrupção fazem parte do patrimônio do nacional,” explica Ricardo Patah, presidente da UGT nacional.
O líder ugetista ressaltou que este é um momento de unidade entre diversas instituições, lembrando que esta já é uma prática comum entre as centrais sindicais que, em muitas ocasiões, realizam atividades unitária e sempre que isso acontece, há uma solidariedade, uma sinergia tão positiva que se reflete em conquistas importantes, como o sistema de reajuste do salário mínimo. “Esse ato de hoje é fundamental porque agrega valores e traz a solidariedade dos empresários à luta dos trabalhadores”.
Patah enfatizou que o setor comercial, por exemplo, em tempos passados foi o alicerce que sustentou a economia do nosso país e, diretamente, impulsionou o Brasil para sair de profundas crises, como aconteceu na conjuntura passada, mas desde janeiro desse ano, só o grupo Pão de Açúcar mandou embora 12 mil trabalhadores. “O comércio hoje (em dezembro) já mandou embora praticamente a indústria automotiva toda e ninguém fala nada sobre isso. Parece que somos invisíveis. Não podemos admitir que os trabalhadores fiquem a margem da sociedade”.
Segundo Fernando Pimentel, diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Brasil precisa voltar a se desenvolver e este momento de lançamento do movimento reflete que diversos setores da sociedade anseiam isso, por esse motivo que trabalhadores e empresários estão juntos nessa luta. “Este momento significa o tiro de largada e não a linha de chegada deste movimento”.
O presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Jorge Abrahão, advertiu que a falta de investimento por parte do setor empresarial não interessa a ninguém, mas quem sofre são os trabalhadores e trabalhadoras. Lembrou também que a crise coloca em risco todo o conjunto das conquistas sociais e ambientais e que, se existe um fator positivo em meio a essa conjuntura, pode-se dizer que é essa união entre trabalhadores e empregados. “Apesar da crise foi possível o conjunto das entidades, sindicais e empresariais, encontrar pontos que nos una, apesar de todas as nossas divergências”.
“Este movimento é de fundamental importância, mesmo porque precisamos melhorar essa relação entre capital e trabalho,” conclui Ricardo Patah.
O Movimento Compromisso pelo Brasil fará no próximo dia 08 de dezembro, no Rio de janeiro, uma grande concentração na sede da Petrobrás e apresentará o conjunto dessas propostas para a sociedade.
No dia 09 de dezembro, as entidades que compõem o Movimento irão para Brasília entregar ao governo a as organizações governamentais o documento contendo as propostas de desenvolvimento para o Brasil.
UGT - União Geral dos Trabalhadores