02/12/2015
Cuba voltou a impor limites à saída de médicos do país nesta terça-feira, 1º, dizendo que seu sistema de saúde universal e gratuito foi "seriamente afetado" pela fuga de especialistas vitais.
Em um exemplo raro de retrocesso nas reformas modernizadoras dos últimos anos, o governo comunista afirmou que irá retomar as restrições que haviam sido suspensas em 2013.
Cuba argumentou estar reagindo a um programa dos Estados Unidos que procura privar seu ex-inimigo da Guerra Fria de médicos, enfermeiras e demais especialistas que trabalham em outros países. O Programa Condicional de Profissionais Médicos de Cuba, iniciado em 2006, continua em vigor, embora o presidente americano, Barack Obama, tenha retomado relações diplomáticas com Cuba este ano.
Agora os profissionais médicos precisam de permissão especial para deixar a ilha caribenha para viagens pessoais, a segunda restrição imposta à emigração cubana em uma semana em meio a uma crise na América Central, onde milhares de cubanos que tentam chegar aos EUA vêm sendo barrados nas fronteiras.
Na quinta-feira passada, o Equador começou a exigir vistos para cubanos que rumam aos EUA, bloqueando uma rota preferida deles ao vizinho do norte.
Do Equador, onde até segunda-feira os viajantes podiam voar sem vistos, os cubanos iniciam uma viagem terrestre de 7 mil quilômetros que implica cruzar ilegalmente oito divisas para alcançar o território americano. Uma vez lá, eles recebem tratamento preferencial para entrar e se instalar permanentemente com relativa facilidade.
Um aumento súbito do fluxo em novembro levou a Nicarágua a fechar sua fronteira sul com a Costa Rica, onde cerca de 4 mil cubanos estão impedidos de prosseguir e em condições ruins. Outros 850 estão parados no Panamá, incapazes de chegar à Costa Rica.
Embora atribua o êxodo "fundamentalmente a motivações econômicas", Cuba também culpou as políticas americanas de acolhimento dos cubanos, enquanto imigrantes de nações vizinhas são deportados.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores