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A engrenagem está engripando, a economia brasileira parando e o trabalhador sofrendo


26/11/2015

A União Geral dos Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro (UGT-RJ) repudia o anúncio feito pelo Estaleiro Brastel, que demitirá 500 funcionários nesta quinta-feira (26), em Angra dos Reis, mas alerta para a necessidade de se tomar medidas urgentes para evitar que essa situação se agrave. O motivo alegado pela empresa é que não vem recebendo verba da Petrobrás para o pagamento de seus funcionários.

 

O Estaleiro, que presta serviços para a Sete Brasil, empresa criada em 2011 com o objetivo de fornecer sondas para a Petrobrás, já deixou avisado que se o repasse das verbas não ocorra até o final do ano, a empresa será fechada, totalizando 8 mil demissões.

 

O agravamento do problema se dá porque a própria Sete Brasil, que já nasceu mergulhada nos escândalos de corrupção investigados pela Polícia Federal, por meio da operação Lava Jato, tendo como principais delatores seu presidente João Carlos Ferraz e os diretores Pedro Barusco e Eduardo Musa.

 

Entre tantos escândalos de corrupção, durante as delações foi desvendado que Barusco recolhia propina de 1% nos contratos firmados pela Sete Brasil com estaleiros contratados para construir as sondas.

 

Essa informação fez com que o BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) recuasse num financiamento de US$ 10 bilhões que faria a empresa, forçando a companhia a dar calote em bancos e estaleiros. Caso não aconteça um milagre, os credores podem pedir sua falência, já que por várias vezes aceitaram prorrogar prazos de pagamento, para evitar o prejuízo.

 

A Sete Brasil ainda respira, por aparelhos, mas permanece viva até o dia 19 de outubro, último prazo dado pelos bancos. No caso de uma possível falência, o fica o prejuízo para a economia do país, para a classe trabalhadora e a população em geral.

 

É preciso lutar pelos postos de trabalho

 

Para a UGT, é evidente que todos os envolvidos em casos de corrupção no país precisam ser punidos e com todo o rigor das nossas leis. Mas as empresas, a classe trabalhadora e a economia brasileira não podem pagar pela má administração de verdadeiros criminosos que usaram seus cargos e influências para benefício próprio ou em favor de seus respectivos partidos políticos.

 

Todas as empresas envolvidas nas investigações da Polícia Federal são de fundamental importância para o desenvolvimento do Brasil, pois atuam em áreas estratégicas como petróleo, gás, construção e naval. Setores em que para a realização de suas atividades, é preciso pegar empréstimos milionários com bancos públicos e privados, o que pode estender os efeitos dessa crise para o setor financeiro também.

 

Diante desse risco, que pode agravar ainda mais a essa crise, entidades sindicais e representantes do setor empresarial estão somando forças para elaborar um conjunto de propostas que visam a continuidade das investigações e a punição dos envolvidos nos casos de corrupção, mas sem que a atividade exercida pelas empresas seja paralisada, como está acontecendo atualmente e que vem impactando, diretamente, na economia do País e na geração de emprego e distribuição de renda para a população.

 


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