23/11/2015
“Uma sobe e puxa a outra” com esse sentimento cerca de 30 mulheres embarcaram às 13h00 rumo a Cachoeiro de Itapemirim onde se juntaríam a mais 15 companheiras para rumar à Brasília e marchar contra o racismo a violência e pelo bom viver. Mas para isso era necessário encarar 24 horas de estrada até a capital federal.
Dentro do ônibus financiado pela União Geral dos Trabalhadores, através da secretaria nacional da Diversidade Humana, mulheres capixabas de várias idades, com histórias de vida diferentes, porém, todas marcadas pela luta contra a violência e o combate ao racismo, mesmo que, no início, algumas nem sabiam direito o porquê de serem discriminadas.
Ainda no ônibus travamos as primeiras rodas de conversas sobre as estratégias a ser adotadas na longa jornada, sabíamos que seriam pelo menos 70 horas de uma atividade inovadora para todas nós, e para algumas – conforme a orientação da própria marcha – era a primeira viagem para fora do Estado.
A solidariedade foi uma constante. Tanto que o estresse do longo percurso e os perigos da sinuosa estrada que liga o Espírito Santo á Minas Gerais (primeira etapa da viagem) foi completamente abatido pela solidariedade que envolveu a todas, o tempo todo! Solidariedade na divisão de comidinhas gostosas, no auxílio de um pequeno mal estar, ou naquela preocupação com as crianças que ficaram em casa, enfim, solidariedade foi o elixir para superar todas as dificuldades da longa viagem.
O trânsito e os imprevistos jogaram contra o tempo. Dentro do ônibus desespero, será que depois de tanta estrada vamos perder a marcha? Qual nada, quando Deus escuta tantas mulheres rezando juntas... Ele faz tudo dar certo! E assim as mulheres capixabas chegaram na maior correria e se incorporaram, com faixas de protestos e bandeiras em punho, àquela que seria a marcha mais emocionante de suas vidas!
Emoção, protestos e intolerância
O sucesso da marcha estava nos rostos de homens e mulheres que saudavam o movimento das janelas de ônibus, carros e prédios, ou ainda na paciência dos agentes de segurança que garantiam metade da pista do “eixão” que corta o plano piloto em Brasília, e assim, a esplanada dos ministérios foi tomada por milhares de mulheres negras e muito coloridas, que cantavam e protestavam contra mais de quinhentos anos de submissão só na história brasileira.
Reação racista
A marcha estava tão linda e emocionante que logo afrontou àqueles que se agarram ao preconceito, ao machismo, e ao racismo como constância em suas vidas! Reacionários que, acreditem, querem a volta da ditadura militar. Pois esses “zumbis políticos” tentaram estragar a magia da mudança, da transformação, do avanço e de tudo o mais que representou a marcha das mulheres negras. E para isso usaram de violência extrema. Mas fracassaram! E a marcha ficou ainda mais forte e linda!
Mulheres da UGT-ES se encontram com as mulheres da UGT-RJ
A sensação de missão cumprida para as mulheres ugetistas capixabas se completou ao encontrar a delegação da UGT-RJ. A confraternização os calorosos abraços e os agradecimentos à secretária nacional da Diversidade humana Ana Cristina Duarte que não mediu esforços e contou com a solidariedade do presidente nacional Ricardo Patah e demais membros da operativa que, como sempre, se solidarizaram com a luta das mulheres, dos negros, e das minorias, e disponibilizaram as condições para a participação das mulheres na marcha. Essa é a UGT, uma central sindical diferente, pautada pela solidariedade, pela ética e pela inovação.
Fonte: UGT Espírito Santo
UGT - União Geral dos Trabalhadores