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Crise provoca êxodo de profissionais em 220 multinacionais no Brasil


21/10/2015

SÃO PAULO - Uma pesquisa que acompanha a mobilidade de funcionários em multinacionais no Brasil identificou um novo fenômeno: o aumento na transferência de profissionais do Brasil para outros países. O movimento tem uma razão básica. A crise econômica. A recessão reduz a perspectiva de crescimento profissional no Brasil e frustra a receita das empresas, exigindo corte de custos. 

 

 A pesquisa, conseguida em primeira mão pelo Estado, foi respondida pela área de Recursos Humanos de 220 multinacionais instaladas no País – tanto empresas estrangeiras com unidades no Brasil quanto empresas brasileiras com operações globais. Tratam-se de grandes corporações: 53% delas possuem mais de 10 mil funcionários e 76% têm sede fora do Brasil. O levantamento é realizado pela Global Line, empresa de treinamento e consultoria especializada em desenvolvimento de equipes, em parceria com a Worldwide ERC, associação sem fins lucrativos, que atua na gestão global de talentos. 

 

"É o quarto ano que fazemos o levantamento no Brasil e esta é a primeira vez que aparece um movimento de saída do País com esta intensidade", diz Marcelo Ribeiro, sócio da Global Line. "Não há dúvida que é reflexo da crise."

O dado que mais impressiona Ribeiro é o verdadeiro êxodo de brasileiros. Nas multinacionais verde-amarelas, o número de brasileiros que migrou e agora trabalha lá fora aumentou em 65% entre 2014 e 2015. Mas houve um grande volume de saída de estrangeiros também. Empresas estrangeiras instaladas aqui reduziram em 19% o número de trabalhadores de outros países.

 

Há duas razões básicas acirrando o movimento de saída do Brasil, segundo Natacha La Farciola, analista de recursos humanos de uma grande montadora (o nome não pode ser divulgado a pedido da empresa) e presidente do Gadex, o Grupo de Expatriados, associação que reúne 35 multinacionais para periodicamente discutir os grandes temas ligados à gestão global de talentos. A primeira razão é que os profissionais mais qualificados não estão vendo futuro no País e buscam uma carreira internacional. "Uma vivência no exterior pode render um aumento de salário de 10% a 30%, além dos benefícios que se recebe, como casa, carro e bônus", diz Natacha. 

 

A outra razão, diz a executiva, é que as empresas instaladas no Brasil estão tentando economizar. Um expatriado não é apenas mais caro – pode custar de duas a quatro vezes mais. Ele também é pago pelo caixa do País onde trabalha. "Ao transferi-lo, transfere-se também o custo." Neste momento, em que a economia brasileira está em recessão, a transferência permite o corte de custo e a preservação do funcionário. 

 

O País, porém, perde talentos. No total, quase 1,5 mil profissionais qualificados deixaram o País de 2014 para 2015. Na verdade, a fuga é altamente qualificada, pois a debandada se deu principalmente entre técnicos especializados e integrantes da alta gestão. 

 

Fonte: Estadão 


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