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O movimento sindical no atual cenário político e econômico é tema de debate na UGT-RJ


13/10/2015

A grande contribuição prestada pela estadual Rio de Janeiro para o crescimento da União Geral dos Trabalhadores (UGT), a visão da central sindical em relação ao movimento sindical na atual conjuntura, o papel político-sindical e social das entidades sindicais e o Plano Estratégico da UGT na Gestão 2015/2019. Estas foram as principais abordagens do 1º Ciclo de Debates Político-Sindical e Social da UGT realizado na última sexta-feira, 9, na sede da UGT-RJ.

 

“O Rio de Janeiro é um dos estados que mais cresce, em termos de filiações. Por isso foi escolhido para iniciar esta séria de debates”, destacou o secretário de Organização e Políticas Sindicais da UGT nacional, Chiquinho Pereira, elogiando o “perfil aglutinador e a capacidade de tocar projetos” do presidente Nilson Duarte Costa.

 

Uma iniciativa da UGT nacional, o ciclo de debates “Movimento Sindical frente a atual crise política e econômica” teve como objetivo discutir a atuação do movimento sindical brasileiro “frente à ofensiva sobre os direitos dos trabalhadores”, conforme definição de Chiquinho.

 

“Nossa participação tem sido ineficaz, a começar pela proposta de ajuste fiscal apresentada pelo governo. Estamos assistindo ao desmonte de toda a estrutura sindical”, criticou o diretor ugetista, lembrando o discurso da presidente Dilma Rousseff, no final do ano passado, onde prometera garantir a manutenção dos direitos dos trabalhadores.

 

“A última facada foi o anúncio da junção do MTE com a Previdência”

Os projetos de lei que propunham o fim da NR-12, norma que regulamenta a garantia da saúde e segurança do trabalhador no ambiente de trabalho; o desmonte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); e a Portaria 680, que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), custeado com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) foram questões igualmente discutidas pelos dirigentes.

 

“A última facada foi o anúncio da junção do MTE com a Previdência. Essas medidas vieram para mudar a vida do trabalhador. Nossa central precisa se posicionar porque os governos vão passar, mas nossas categorias, não”, destacou Chiquinho, revelando-se perplexo diante da inércia de setores importantes do movimento sindical frente ao atual cenário político brasileiro.

 

Os pontos de vista do secretário de Organização e Políticas Sindicais da UGT nacional foram endossados pelo presidente da UGT-RJ, Nilson Duarte Costa, que propôs a criação de um documento a partir do encontro.

 

“Precisamos transformar nossa unidade em ação. O momento é de caminharmos juntos para o futuro. Por isso, proponho a criação de uma pauta de ações para encaminhamento à direção nacional”, sugeriu ele, citando a União Geral Tunisiana de Trabalho (UGTT) como um bom exemplo de atuação política sindical.

 

Com um discurso mais inflamado, o vereador de Rio das Ostras e sindicalista Aluisio Viana se disse decepcionado com o país. “Nós, trabalhadores, estamos nos enganando. Temos que ir verdadeiramente para a luta. A população está morrendo, sem hospitais. É preciso dizer NÃO a tudo isso!”, disse ele em alto tom.

 

“Precisamos de uma nova consciência coletiva”

A grande maioria dos ugetistas fizeram explanações sobre diferentes questões e pontos de vistas, apresentando suas contribuições para o enriquecimento do debate. 

Entre as principais abordagens, a vulnerabilidade da representação dos trabalhadores; a importância de um posicionamento das lideranças sindicais; o resgate do compromisso assumido com a classe trabalhadora; a utilização das redes sociais; a ampliação do foco do movimento sindical para além das questões meramente trabalhistas; e, principalmente, a necessidade de se construir uma consciência coletiva que altere tal estado de coisas.

 

“Que sociedade e modelo de estado queremos construir?”

“O grande desafio das centrais sindicais é atuar nas questões nacionais também. Infelizmente, a qualidade do movimento sindical caiu. Os trabalhadores não se veem representados de fato, daí o distanciamento”, conclui o presidente Nilson Duarte, endossado pelo mestre em Educação e especialista em Sistema Financeiro, Erledes da Silveira.

 

Ao chamar a atenção dos sindicalistas para questões fundamentais como os atuais problemas enfrentados e a urgente necessidade de mudanças de rumos, o professor fez questionamentos como “que sociedade e modelo de estado queremos construir?”.

 

Erledes conclui afirmando que “a crise política atual vista como um todo identifica cinco outras crises: econômica, de liderança, de coalisão, partidária e de natureza moral e judicial”, onde quem manda é o sistema financeiro. Esse, na sua opinião, o verdadeiro  responsável por todas essas celeumas.

 

 


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