08/10/2015
O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu desculpas à organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta quarta (7) pelo ataque aéreo que matou 22 pessoas, no sábado (3), em um hospital operado pelo grupo em Kunduz, no Afeganistão.
A presidente internacional da entidade, Joanne Liu, contudo, afirmou que o pedido de desculpas não será suficiente, pois se trata de um crime de guerra, e a MSF espera que o governo americano consinta com uma investigação independente por uma comissão internacional.
Entre os mortos do ataque americano ao hospital estavam 12 integrantes da MSF.
"O pedido de desculpas não muda nada, o que ocorreu é muito grave para relevar com um simples pedido de desculpas" disse à Folha Susana de Deos, diretora-geral do MSF no Brasil.Segundo ela, não adianta ter investigações apenas da Otan (aliança militar ocidental), do Pentágono e do Afeganistão, pois elas não serão imparciais.
"É necessário que a Comissão Internacional Humanitária para a Apuração dos Fatos (CIHAF) conduza a investigação para determinar o que aconteceu em Kunduz."
A comissão é o único órgão que lida com violações do direito internacional humanitário e foi criada em 1991 com o Protocolo Adicional das Convenções de Genebra. Mas ela nunca foi utilizada.
No telefonema para a presidente da MSF, Obama não disse se dará consentimento à investigação da CIHAF.
Para que seja conduzida a investigação, é necessário que um dos 76 países signatários da CIHAF lidere a sua abertura. Depois é preciso ter consentimento dos EUA e do Afeganistão, os alvos da investigação.
Fonte: Folha de São Paulo
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