02/10/2015
O sindicato dos bancários de São Paulo decidiu, em assembleia realizada nesta quinta (1°), entrar em greve a partir do dia 6 de outubro.
A decisão é igual às dos sindicatos de mais 19 Estados (além do Distrito Federal) e ocorre depois de negociação com a Febraban (federação dos bancos).
De acordo com o Procon-SP, com a greve dos bancários, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento (leia quadro ao lado).
Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, a entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas.
Segundo a federação, o consumidor tem à disposição vários canais alternativos para realizar as transações.
Os bancários haviam recebido uma proposta de 5,5% de reajuste nos salários, além de R$ 2.500 de abono fixo. A categoria pede reajuste salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% referentes à perda da inflação.
Pelos cálculos do Sindicato dos Bancários, a "perda real de 4%" significa que um bancário que recebe o salário médio da categoria iria perder no ano R$ 1.983 em relação a uma proposta que apenas cobrisse a inflação.
Segundo Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do comando nacional, esse foi o pior índice oferecido pelos bancos desde 2004.
"Perda real não é condizente com os resultados dos bancos, que tiveram lucro líquido de R$ 36,3 bilhões nos últimos seis meses. As instituições financeiras estão colocando a categoria em greve de forma irresponsável, ao mesmo tempo que cobram juros de mais de 400% no cartão de crédito", disse.
A categoria recebeu aumento real de 20,07% no período entre 2004 e 2014.
raio-x da greve
número de bancários 500 mil no Brasil; 142 mil representados pelo sindicato de SP
o que querem reajuste de 16% (5,6% de aumento real)
o que oferecem os bancos 5,5% de reajuste e R$ 2.500 de abono fixo
reajuste mais recente 2,02% acima da inflação, em 2014
Fonte:Folha De S.Paulo
UGT - União Geral dos Trabalhadores