17/09/2015
Trabalhadores da Itaipu Binacional sediados em Curitiba (PR), entrarão em greve a partir de segunda-feira, 21/9. A decisão foi aprovada em assembleia, realizada na manhã dessa quinta-feira (17/9), frente a sede administrativa de Itaipu, na capital paranaense. Em Foz do Iguaçu os trabalhadores do lado brasileiro já estão em greve, desde quarta-feira, 16/9. Os serviços essenciais como a produção de energia são mantidos, adiantou o presidente do Sindenel (entidade filiada à UGT), Alexandre Donizete Martins.
“O sindicato divulgou sete pontos que acreditamos serem essenciais para a manutenção das boas relações trabalhistas. Dentre eles está a questão dos salários, pois os trabalhadores são contra a nova tabela salarial, e exigem a equiparação dos salários entre empregados paraguaios e brasileiros”, disse Donizete. Outra questão é quanto ao PCR-Plano de Carreira e Remuneração. “O Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) produziu um estudo detalhado do PCR e fez uma análise da proposta da empresa. Pelo que foi apresentado pela Itaipu Binacional, os trabalhadores brasileiros chegam a perder uma média de 10% nos salários, em relação aos trabalhadores paraguaios”, destacou o diretor do Sindenel, Carlos Minoru Koseki. O diretor sindical denunciou ainda as práticas antissindicais da empresa que chegou a mandar representantes patronais em outras assembleias para tentar desvirtuar as decisões dos trabalhadores.
A greve da Itaipu em Curitiba, marcada para iniciar na segunda-feira atende as exigências da legislação trabalhista, que pede a notificação da paralisação com no mínimo 72 horas de antecedência. “A população brasileira e paraguaia podem ficar tranquilas, pois a produção de energia será mantida. Os trabalhadores dos setores operativos e administrativos em greve estão apenas exigindo o que lhes é de direito, com salários justos e condições adequadas para desenvolverem suas atividades profissionais, pois há muita coisa de errado acontecendo e a mídia não divulga”, desabafou Luis Eduardo Reway Nunes, diretor do Sindenel.
“Já estivemos conversando várias vezes com a direção da Itaipu para tentarmos chegar a um denominador consensual, mas a empresa tem-se mantido muito distante das reivindicações dos trabalhadores. E, infelizmente, não restou outra alternativa senão, a deflagração da greve”, concluiu Alexandre Donizete.
Veja abaixo os principais pontos da pauta de reivindicações dos trabalhadores:
1.A ITAIPU BINACIONAL, QUE É BRASILEIRA E PARAGUAIA, QUER IMPLANTAR NOVAS TABELAS SALARIAIS À FORÇA, COM ENORME DIFERENÇA DE VALOR ENTRE AS TABELAS EM REAIS E GUARANIS;
2.ENCERROU AS NEGOCIAÇÕES E NÃO QUER REABRIR A DISCUSSÃO COM OS SINDICATOS;
3.DIMINUIU OS VALORES DA TABELA BRASILEIRA E AUMENTOU A TABELA PARAGUAIA (TOPO DAS TABELAS, EM REAIS E GUARANIS);
4.DIMINUIU AS CARREIRAS DOS EMPREGADOS;
5.EMPREGADOS BRASILEIROS SEM REAVALIAÇÃO DAS CARREIRAS HÁ ANOS;
6.ESTUDOS DO DIEESE APONTAM QUE AJUSTES NA TABELA SALARIAL PROPOSTA POR ITAIPU PRECISAM SER FEITOS POIS IRÃO PREJUDICAR OS TRABALHADORES BRASILEIROS, DE FORMA PERENE.
7.FIM DA PERSEGUIÇÃO SINDICAL E LIBERDADE NAS ASSEMBLÉIAS DOS TRABALHADORES
Fonte: UGT Paraná
UGT - União Geral dos Trabalhadores