17/09/2015
No mesmo dia em que a Rússia propôs aos EUA uma reunião entre líderes militares dos dois países para tratar da crise na Síria, o ditador do país, Bashar al-Assad, atribuiu a nações ocidentais a responsabilidade pela crise de refugiados.
Segundo Assad, o problema decorre do apoio que esses países têm dado a grupos insurgentes no contexto da guerra civil na Síria.
Em entrevista divulgada nesta quarta-feira (16) por meios de comunicação russos, Assad disse que, se os países da Europa "se importam com eles [os refugiados], deveriam parar de dar apoio a terroristas".
"A Europa chama de 'moderados' os terroristas e os divide em grupos, quando, na realidade, são todos extremistas", afirmou Assad.
"Isso é o que pensamos sobre a crise. Essa é a essência de todo o problema dos refugiados", acrescentou
A guerra civil na Síria, que já deixou mais de 220 mil mortos, gerou a principal crise de refugiados desde a Segunda Guerra.
Desde o início do conflito, em 2011, mais da metade dos cerca de 20 milhões de habitantes do país árabe foi forçada a deixar suas casas.
Cerca de 7,6 milhões fugiram para outras partes da Síria, e 4 milhões se refugiaram em outros países, principalmente os vizinhos Turquia, Líbano e Jordânia.
RÚSSIA NA SÍRIA
Nesta quarta, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que a Casa Branca e o Pentágono estão avaliando a oferta da Rússia de uma reunião entre líderes militares.
Os EUA têm-se mostrado preocupados sobre uma possível presença militar russa na Síria.
Kerry afirmou que a proposta do encontro foi feita em um telefonema do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
O secretário de Estado disse apoiar a ideia do encontro, ressaltando que os EUA querem uma "imagem clara" das intenções militares russas.
Segundo Kerry, Lavrov disse que a Rússia quer só combater a ameaça que o Estado Islâmico representa na Síria. Mas os EUA temem que a Rússia monte uma proteção ao ditador sírio, que a casa Branca quer ver fora do poder.
Na segunda (14), ao confirmar movimentações da Rússia em uma base da Síria, o Pentágono disse que as ações sugerem que Moscou pretende operar aeronaves no local.
Fonte:Folha De S.Paulo
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