14/09/2015
O crescimento do investimento e da produção industrial da China ficou aquém do esperado em agosto, o que provavelmente exigirá do governo a implantação de mais medidas de estímulos.
O mês foi marcado por turbulências causadas por quedas sucessivas nas Bolsas do país asiático.
Os dados vieram na esteira de fracas leituras do desempenho do comércio e da inflação. "O ritmo de abrandamento do investimento em capital fixo é relativamente rápido, enquanto o setor fabril permanece lento", disse o economista sênior do Commerzbank AG, em Cingapura, Zhou Hao.
Segundo ele, o crescimento ficará abaixo de 7% no trimestre de julho a setembro.
Alguns economistas acreditam que o crescimento atual já é muito mais fraco do que os dados oficiais.
O aumento do investimento em capital fixo, um dos motores fundamentais da economia, caiu para 10,9% nos primeiros oito meses de 2015, o ritmo mais fraco em quase 15 anos, informou neste domingo (13) a Agência Nacional de Estatísticas.
Analistas consultados pela agência de notícias Reuters previam aumento de 11,1%.
A produção industrial também foi mais fraca do que o esperado, subindo 6,1% em agosto sobre o ano anterior. Mercados esperavam aumento de 6,4%, em comparação com 6% em julho.
Os temores de desaceleração econômica global por causa do desempenho da China têm elevado o receio nos mercados globais nas últimas semanas, levando a especulações de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, pode adiar a elevação da taxa de juros.
Em agosto, as vendas no varejo da China cresceram 10,8% sobre um ano antes, um pouco acima da expectativa de expansão de 10,5%.
ESTATAIS
A China divulgou orientações sobre a reforma das empresas estatais, incluindo a introdução de "propriedade mista" dessas companhias e esforços para melhorar a governança corporativa, informou a agência de notícias Xinhua neste domingo (13). Resultados visíveis são esperados em 2020.
O movimento vem quase dois anos depois de o presidente Xi Jinping apelar para as forças de mercado para desempenhar um papel decisivo da segunda maior economia do mundo.
A China vai incentivar as empresas a mesclarem e venderem ações como parte das reformas de maior alcance do setor estatal em duas décadas, de acordo com documentos vistos pela Reuters. Empresas estatais serão autorizados a trazer "vários investidores" para ajudar a diversificar a participação acionária. Além disso, mais estatais serão incentivadas a reestruturar e pavimentar o caminho para a listagem de ações.
Fonte:Folha De S.Paulo
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