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Atraso na liberação de crédito eleva custo de produção


24/08/2015

A demora na liberação de recursos para financiar a nova safra de grãos atrasou a compra de insumos, como sementes e fertilizantes, e já provoca aumento de custos.

 

Em meados de agosto do ano passado, os agricultores de Mato Grosso, principal Estado produtor de soja, já haviam feito todas as suas encomendas de insumos. Atualmente, esse percentual está em 82%, segundo o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

 

"O pré-custeio não veio e retardou a compra dos produtores", diz Angelo Ozelame, pesquisador do Imea.

 

A compra tardia tem dois efeitos para os agricultores. O primeiro é o valor pago pelos fertilizantes, quase todos importados. "Como só recebi financiamento no final de julho, tive de comprar os insumos a um preço bem mais alto", afirma José Guarino Fernandes, produtor de soja e de milho em Sapezal (MT).

 

Os preços acompanham a alta do dólar, que se intensificou no início deste semestre. No ano passado, em março Fernandes já estava com os recursos em mãos.

 

A segunda consequência do atraso na compra da matéria-prima é o gasto com logística. Com a demora na encomenda, o produtor perdeu a "carona" no frete da soja.

 

Para reduzir custos com transporte, o agricultor normalmente busca transportar os insumos do porto de Santos (SP) até a fazenda no mesmo caminhão que levou a soja até o terminal.

 

Como neste ano as encomendas demoraram mais, essa janela se fechou. "Esses dois fatores já representaram um aumento de 10% nos custos", diz Fernandes, que ainda não recebeu o material. O plantio no Estado começa a partir de 15 de setembro.

 

PRODUTIVIDADE

 

Produtor de soja, milho e arroz em Vera (MT), Rafael Bilibio ainda aguarda financiamento. "Como não podemos deixar de comprar semente e adubo, a gente utiliza o dinheiro que tem em caixa e fica sem para fazer outras melhorias na propriedade", diz.

 

Ele cita como exemplo práticas de correções no solo, aplicações de calcário e investimentos em maquinário, atividades que aumentam a produtividade no campo.

 

"A média de produção no Estado não deve aumentar como nos últimos anos", diz.

 

Para Almir Daspasquale, presidente da Aprosoja Brasil, a situação pode desestimular o uso de mais tecnologia nas lavouras. "Vislumbra-se uma perda de produtividade nesta safra", afirma Adolfo Petry, da Aprosoja-MT.

 

A restrição no crédito ocorre em um ano difícil para o setor, que enfrenta preços das commodities em baixa no mercado externo.

 

Fonte:Folha De S. Paulo


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