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Dilma Rousseff recebeu elogios da chanceler alemã, Angela Merkel, ao anunciar que o Brasil aceitou a meta também adotada pelo G7 de descarbonizar a sua economia –usar essencialmente energia limpa– até 2100.

Para Merkel, a agenda do Brasil é "ambiciosa" e deve incentivar outros países a serem "mais audaciosos".

"Se quisermos evitar, de fato, que a temperatura [global] aumente 2ºC, nosso compromisso com a descarbonização no horizonte de 2100 é muito importante", disse Dilma ao lado de Merkel, no Planalto.

A agenda da mudança climática era uma prioridade para a líder europeia, que quer intensificar a campanha entre os emergentes para evitar o fracasso da Conferência do Clima da ONU (COP 21) em Paris, em dezembro.

"É muito importante que cada um faça o que é possível para limitar o aquecimento global a 2ºC", disse Merkel, acrescentando que o Brasil "deu um enorme passo". "Os compromissos do Brasil devem encorajar outros países a serem mais audaciosos."

Apesar do compromisso para o fim do século, o governo brasileiro não divulgou metas de corte na emissão de gases-estufa para a COP 21. Segundo Dilma, os números, já divulgados por países como China e EUA, serão anunciados em setembro na Assembleia Geral da ONU, nos EUA, com os objetivos de desenvolvimento sustentável.

Antes, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) havia declarado que o Brasil não tem obrigação de divulgar suas metas já. "Há uma data estabelecida pela ONU."

"IMPRESSIONADA"

À Folha, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) lembrou que a descarbonização não integra o INDC (sigla para a meta de corte de emissões), mas tem peso.

"É um compromisso dos países de assegurar [o teto do aumento de temperatura em] 2ºC –este sim um compromisso já acordado na convenção [da ONU sobre o tema]", disse Teixeira. "O Brasil com isso informa que não topará nenhuma mudança de meta de aumento de temperatura."

Segundo Teixeira, Dilma abordou na reunião bilateral no Planalto as possíveis metas brasileiras, deixando Merkel "impressionada".

Ao lado de Merkel, Dilma disse que "anteciparia" alguns compromissos, mas apenas repetiu o que dissera em junho, como a recuperação de 12 milhões de hectares de floresta e o fim do desmatamento ilegal. Se detalhes, Dilma citou a neutralização das emissões de gás carbônico associadas ao desmatamento legal na Amazônia.

Na declaração conjunta, Brasil e Alemanha apoiam fortemente a adoção, na COP 21, de um acordo "ambicioso, duradouro, abrangente e juridicamente vinculante", que reflita "responsabilidades comuns porém diferenciadas" dos países –ponto crucial para os países em desenvolvimento, que alegam ter poluído menos o planeta até hoje.

Fonte:Folha de S. Paulo