13/08/2015
Em repúdio a desindustrialização que vem ocorrendo no país e em defesa dos empregos dos brasileiros e brasileiras, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), juntamente com as centrais CGTB, Força Sindical e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) realizaram, na manhã desta quinta-feira (13), em São Paulo, uma grande caminhada pela Avenida Paulista. Pela UGT, participou da organização do evento junto a Abimaq, o dirigente da entidade, José Roberto Cunha, do Sindicato dos Economistas de São Paulo.
Intitulada “grito em defesa da indústria e do emprego”, a manifestação reuniu mais de cinco mil pessoas entre representantes da classe trabalhadora e do empresariado. “Estamos novamente nas ruas para propor e cobrar propostas que sejam de interesse dos trabalhadores,” explica Josimar Andrade de Assis, dirigente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, representando Ricardo Patah, presidente nacional da UGT.
Durante a manifestação, não faltou crítica ao Governo Federal, a atual política econômica que, na opinião dos manifestantes, está minando o poder de compra da população e, por consequência, atingindo todo o mercado interno, o que impulsiona o desemprego.
Outro ponto bastante comentado tem a ver com a aprovação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que dificultam o acesso da população a direitos trabalhista e previdenciários, o que neste momento de crise, no qual o país está passando, faz falta, principalmente para as pessoas mais pobres.
Entre os temas apontados como cruciais para agravar o processo de desindustrialização brasileira, o que amplia a crise no país, os manifestantes destacaram os juros altos, cumulatividade de impostos, câmbio sobrevalorizado, redução de investimentos públicos, custo da energia, precariedade dos serviços públicos e da infraestrutura, entre outros fatores.
Segundo dados publicados no manifesto que foi distribuído durante o ato, em 1985, a participação da indústria na formação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil era de 27,2% e atualmente é menor que 9%, sendo que nos Estados Unidos e na Alemanha, a participação da indústria em seus PIBs é da ordem de 25%.
“O Brasil está vivendo um momento crítico, isso não é novidade para ninguém, o dólar disparou e o mercado interno perdeu competitividade. Por isso que o governo está equivocado em adotar medidas que estão promovendo o estrangulamento da nossa economia nacional, o que vem prejudicando, gravemente nosso setor industrial, que é uma das locomotivas para o desenvolvimento brasileiro, gerando empregos de qualidade e impulsionando, positivamente, outros setores da economia,” conclui Josimar.
UGT - União Geral dos Trabalhadores