28/07/2015
Centrais Sindicais, movimento popular e estudantil marcam ato na av. Paulista contra juros altos
Ao som do manifesto pronunciado por centenas de pessoas: “Banqueiro tá roubando a grana do povão, por isso falta casa, saúde educação”, nesta terça-feira, 28/07, em frente ao Banco Central, na av. Paulista, deu-se o ponto de partida da luta da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e das demais centrais sindicais, junto aos movimentos sociais, contra as altas taxas de juros praticadas pelo governo.
Às vésperas da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que irá decidir na quarta-feira, 29/07, a taxa Selic para os próximos 45 dias, o ato organizado pela UGT vem para dar um basta nas atitudes que o governo vem tomando em detrimento dos direitos do trabalhador. Os juros da taxa Selic em 13,75%, inibe a produção e é responsável diretamente pelo desemprego. Apesar disso, analistas do mercado estimam que ela deve ter um aumento de 0,5% e chegar a 14,25%
Em 2014 o Brasil pagou R$ 311 bilhões ao setor financeiro só de juro. Para Carlos Motta, presidente da UGT Estadual de SP e da Fecomerciários, com a ação de todos é que se conseguirá barrar esses juros. “Quero parabenizar as centrais sindicais pela preocupação que têm com os trabalhadores brasileiros e mais uma vez, parabenizar a todos os trabalhadores que estão aqui. Juntos somos cada vez mais fortes e não vamos pagar a conta mais uma vez!”, proclama.
A UGT vem lutando contra as medidas provisórias 664, 665 e o PL 4330, que tratam do seguro-desemprego, da terceirização precária e que mexem no bolso do trabalhador. Em nome do presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, Cristal, dirigente do Sindicato dos Comerciários de SP, chamou a atenção para as portas fechadas das lojas do centro de SP, e convocou o povo a dar um basta e entrar junto nessa luta.
“É um momento difícil que o país está atravessando, onde nós temos assistido e não podemos fazer nada. Os comerciários estão em plena campanha salarial, é desemprego em todos os lugares, isso é ruim para o país e nós queremos mudança, queremos atitude séria e é por isso que as centrais se fazem presente aqui em frente ao Banco Central do Brasil para fazermos pressão”, disse Cristal.
Marinaldo Antonio de Medeiros, também da diretoria do Sindicatos dos Comerciários disse que o lucro dos bancos é cada vez maior, principalmente depois da automatização. “Os banqueiros são os que menos empregam nesse país. Cada dia que vamos num banco tem sempre menos trabalhador para nos atender, é só máquina! A UGT está destinada em defesa do emprego e do trabalhador”, disse.
Os padeiros estiveram representados por Alemão, dirigente do sindicato dos Padeiros de São Paulo, que ressaltou que a categoria estava lá para protestar e lutar. “Queremos mostrar ao Brasil que não podemos aceitar essa crise que o governo está colocando em todos os setores do país, no comércio, indústria, está tudo travado, devido à incompetência do governo. Vamos em frente, sem cruzar os braços. Precisamos lutar sempre! E parar nunca!”, ressalta.
O ato chegou ao fim com a simbologia de entrega de medalhas. O campeão do dia ficou para os juros altos, que selou a mobilização com o ouro nas escadarias do Banco Central. O segundo lugar foi para o desemprego e em terceiro, a recessão. Momento ali satirizado, porém de grande gravidade. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram mais de 100 mil desempregados no último mês. Situação que não pode continuar.
Mariana Veltri – imprensa da UGT
UGT - União Geral dos Trabalhadores