06/07/2015
O Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais, integrado pelas mulheres da CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT manifesta seu repúdio e exige punição para as pessoas responsáveis pela veiculação de adesivos e propagandas discriminatórios nas redes contra a Presidenta Dilma Rousseff.
Neste momento, circulam peles redes sociais imagens de montagens feitas com o rosto da presidenta Dilma Rousseff, em que ela aparece de pernas abertas. São colados adesivos com essa imagem na entrada no tanque de gasolina dos carros, que, quando abastecidos, passam a ideia de que a bomba de gasolina está penetrando sexualmente a figura falsa da presidenta.
Segundo os adeptos dessa aberração machista, a intenção é “protestar” contra o aumento da gasolina. Parece que para eles a melhor analogia para um protesto é um estupro, uma violação sexual que ainda é exibida como se fosse algo engraçado. A penetração, nesse caso, é a punição contra a presidenta, que está sendo “castigada” por ter subido os custos do abastecimento!
Cenas como essa, com certeza, acarretam um desgaste emocional na mulher Dilma. Isso não é manifestação de liberdade de expressão, mas sim a manifestação de um machismo inaceitável com a Presidenta, com as brasileiras, com as mulheres. É discriminatório, pois permite o desrespeito e a discriminação entre os seres humanos. Adesivos como esse corrompem o povo!
Essa prática, que jamais deve ser chamada de protesto, evidencia que faltam argumentos políticos e embasados em fatos, análises sérias e dados convincentes para respaldar as críticas contra o governo Dilma. Porque, sim, é possível criticar o governo atual e até mesmo manifestar revolta sem apelar para misoginia e analogias de estupro.
A presidenta Dilma não deu o seu consentimento para que isso fosse feito, com essas montagens grotescas; certamente, essa prática só serve para banalizar e naturalizar, ainda mais, a violência sexual contra as mulheres.
A veiculação dessa imagem deve ser proibida imediatamente, seja como adesivo ou em mídia eletrônica por constituir um ato discriminatório contra as mulheres brasileiras e contra a Presidenta Dilma, contrário a nossa Constituição Federal onde homens e mulheres são iguais perante a Lei. Além disso, é fundamental responsabilizar civilmente e penalmente as pessoas responsáveis pela elaboração e circulação desse tipo de propaganda.
Ivana Pereira
Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CTB
Rosane Silva
Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres da CUT
Maria Auxiliadora dos Santos
Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres da Força Sindical
Sônia Maria Zerino da Silva
Diretora Para Assuntos da Mulher e da Juventude da NCST
Eleuza de Cássia Bufelli Macari
Secretária da Mulher da UGT Nacional
UGT - União Geral dos Trabalhadores