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Perda com corrupção chega a R$ 280 mi em subsidiárias de estatal


15/06/2015

Em balanços, Transpetro e BR Distribuidora admitiram 3% de superfaturamento em contratos com 27 empresas

 

De acordo com as subsidiárias, nenhum pagamento indevido foi feito pelas companhias, mas sim por um cartel

 

As duas principais subsidiárias da Petrobras, a Transpetro e a BR Distribuidora, reconheceram em seus balanços de 2014 perdas de R$ 279,6 milhões devido aos casos de corrupção investigados na Operação Lava Jato.

 

Com isso, o valor desviado da estatal e de suas subsidiárias chega a quase R$ 6,5 bilhões --a Petrobras reconheceu baixas de R$ 6,2 bilhões.

 

A Transpetro, dona de navios e oleodutos, e a BR Distribuidora, de postos de combustível, não têm capital aberto, mas divulgam balanços nos seus sites e em jornais.

 

As baixas ocorreram no terceiro trimestre do ano passado. A conta foi feita seguindo modelo adotado pela própria Petrobras. Sem ter como determinar em quais obras e serviços ocorreram desvios, as subsidiárias consideraram ter havido superfaturamento de 3% em todos os contratos firmados com 27 empresas entre 2004 e 2012.

 

O valor total dos contratos da Transpetro com empresas investigadas na Lava Jato chegou a R$ 8,8 bilhões, R$ 256,6 milhões dos quais teriam sido fruto de superfaturamento. Os números da empresa foram antecipados pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

 

Do total, R$ 218,9 milhões (85%) são da área de transporte marítimo, que lida com encomendas a estaleiros, cujas sócias são empresas investigadas na operação. O restante refere-se a obras de terminais e oleodutos.

 

NAVIOS

 

Em 2004, no primeiro mandato de Lula, a Transpetro foi incumbida de revitalizar a indústria naval, com um programa de modernização de frota que encomendou 49 navios petroleiros.

 

Estaleiros foram construídos só para atender às encomendas; após 11 anos, apenas oito navios foram entregues.

 

Indicação pessoal do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado perdeu o cargo em fevereiro deste ano, após ficar 12 anos na subsidiária.

 

O ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa, que firmou acordo de delação premiada após ser preso na Lava Jato, disse que Machado recebeu propina de R$ 500 mil do esquema --ele nega.

 

Na BR Distribuidora, a baixa contábil é de R$ 23 milhões, referente a contratos no valor de R$ 793 milhões. A BR tem cerca de 7.000 postos de combustíveis pelo país --o balanço não deixa claro a origem dos contratos suspeitos.

 

A BR Distribuidora e a Transpetro ressaltaram que há dois escritórios de advocacia conduzindo investigações internas sobre os desvios apurados pela Lava Jato.

 

As empresas disseram ainda que nenhum pagamento indevido foi feito pelas companhias, mas sim por um cartel, com a conivência de funcionários da estatal.

 

As outras três subsidiárias da estatal --Petrobras Biocombustível, Gaspetro e Liquigás-- informaram em seus balanços não ter baixas relacionadas à Lava Jato a declarar.

 

 

Fonte: Folha de S. Paulo


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