10/06/2015
Quatro em cada 10 brasileiros estão inadimplentes e 2 milhões de pessoas deixaram de pagar dívidas em 2015 até agora
BRASÍLIA - O número de consumidores inadimplentes aumentou 4,79% em maio de 2015 em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgados nesta quarta-feira, 10, a alta foi menor do que a registrada em abril, de 5,02%. Em março, o número de consumidores com contas em atraso havia subido 3,46% nessa mesma base de comparação.
Segundo o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, o aumento do desemprego no País já afeta as atividades do varejo. "O desemprego já nos atinge. O consumidor começa a atrasar pagamentos porque se desempregou", disse. "O Brasil vive um momento sensível política e economicamente e temos inadimplência que avança, o que traz preocupações para o setor. Quando o cliente está inadimplente está fora do meu centro de compras."
O presidente da CNDL salientou que quatro em cada 10 brasileiros estão inadimplentes e que 2 milhões de brasileiros se tornaram inadimplentes só em 2015 até agora. "A reação do consumidor é muito forte, tanto quando as coisas estão bem quanto quando estão mal."
Com o resultado do mês passado, a inadimplência acumulada nos primeiros cinco meses do ano está em 4,63%. As entidades informaram também que o crescimento observado em maio é o mais intenso para esse mês desde 2013. Na comparação com abril deste ano, a inadimplência em maio apresentou crescimento de 1,20%. No mês passado, havia cerca de 56,5 milhões de consumidores negativados - com o nome inscrito no SPC.
De acordo com a confederação, as consecutivas altas da inadimplência neste segundo trimestre de 2015 coincidem com a piora dos indicadores macroeconômicos, como inflação, renda e emprego, que estariam afetando a capacidade de pagamento das famílias. A CNDL lembra que ao longo do segundo semestre de 2014 o indicador vinha sendo puxado para baixo por conta da menor disponibilidade de crédito na economia. A partir de março, no entanto, passou a ser verificado um novo repique da inadimplência.
Fonte: Estadão
UGT - União Geral dos Trabalhadores