09/06/2015
Apesar da queda de popularidade do presidente Enrique Peña Nieto e dos protestos, o PRI (Partido Revolucionário Institucional), que governa o México, foi o mais votado nas eleições legislativas deste domingo e deve garantir maioria no Parlamento.
Com 95% das urnas apuradas até a conclusão desta edição, o PRI e as outras duas siglas que integram a sua coalizão (Partido Verde e Nova Aliança) haviam conquistado cerca de 40% dos votos.
Em seguida, vinham PAN (direita), com 21% dos votos, e PRD (esquerda), com menos de 11% --o PRD perdeu votos para o Morena, dissidência do ex-candidato à Presidência López Obrador, que deve obter vaga no Parlamento mexicano pela primeira vez.
Analistas acreditam que, de acordo com o sistema utilizado na eleição mexicana, a coalizão de Peña Nieto tenha obtido de 245 a 263 cadeiras entre as 500 do Parlamento.
"Posso assegurar que Peña Nieto será capaz de formar maioria. É praticamente certo que ele obterá as 251 cadeiras de que precisa", disse Roy Campos, do instituto de pesquisas Mitofsky, à agência de notícias Associated Press.
O sistema mexicano mescla voto distrital e proporcional. Das 500 vagas na Câmara, 300 são preenchidas pelos vencedores dos distritos eleitorais, divididos pela mesma quantidade em todo o país, e 200 se definem pela representação proporcional, mediante listas dos partidos.
O PRI ficou ainda com os governos dos Estados de Campeche, Colima, San Luis Potosí, Sonoma e Guerrero --Estado onde 43 estudantes desapareceram em setembro, em caso que provocou manifestações por todo o país; suspeita-se que tenham sido assassinados por traficantes.
Para a eleição de domingo, os Estados receberam um reforço de 40 mil policiais federais e soldados do Exército.
Apesar disso, manifestantes impediram a instalação de algumas urnas e queimaram cédulas eleitorais em Oaxaca e Guerreiro, onde um estudante morreu nos enfrentamentos com a polícia.
O Instituto Nacional Eleitoral, porém, afirma que só 1% das urnas foram afetadas.
DESCONTENTAMENTO
As vitórias no pleito legislativo e para o governo dos cinco Estados são vistas como alívio para Peña Nieto, que chegou à eleição com baixa popularidade e enfrentando violentos protestos pedindo o boicote do pleito, além de acusações de corrupção envolvendo a primeira-dama.
Especialistas, no entanto, apontam para a baixa participação eleitoral como prova do descontentamento da população com os partidos --o comparecimento às urnas foi de 46,8%, ante 63,12% no pleito presidencial de 2012.
"Se o governo acredita que o resultado o endossa, não está entendendo a eleição", ponderou Roy Campos.
Fonte: Folha de S.Paulo
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