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Ganho com renda fixa volta a 1% ao mês


08/06/2015

Para ter esse retorno, porém, o investimento precisa ser alto e a taxa de administração de, no máximo, 1% ao ano

 

Só agora os fundos DI e de renda fixa estão rendendo mais do que a inflação, ressalta analista

 

Após quase sete anos, o investidor volta a ganhar 1% ao mês em algumas das aplicações financeiras mais populares de renda fixa.

 

Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) que pagam pelo menos 93% do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, piso dos juros bancários no país) deverão render, a partir desta semana, cerca de 12,7% ao ano --exatos 1% ao mês, o limite psicológico exigido pela chamada cultura rentista dos investidores brasileiros após a estabilização da moeda.

 

Mas o rendimento de 1% não é para todo mundo. Nos bancos Itaú, Bradesco e Santander, os clientes só conseguem esse percentual do CDI em aplicações a partir de R$ 30 mil e dependendo do relacionamento. No Banco do Brasil e na Caixa, o valor pode cair, enquanto os bancos menores pagam acima de 100% para aplicações acima de R$ 10 mil --mas nesses os riscos são maiores.

 

Outro cuidado: a taxa de administração precisa ser de, no máximo, 1% ao ano. Nos grandes bancos, há opções assim para aportes acima de R$ 20 mil. Ainda são rentabilidades brutas, recebidas antes da cobrança do Imposto de Renda, mas o patamar é inédito desde o início da crise global, em 2008.

 

Apesar de as taxas nominais serem elevadas, só a partir de abril é que essas aplicações começaram a render mais do que a inflação com alguma folga. Naquele mês, a inflação pelo IPCA ficou em 0,71%, abaixo do intervalo entre 0,8% e 0,9% mensal dessas aplicações.

 

Maio será o primeiro mês deste ano em que até a poupança superará a inflação. A última previsão do mercado aponta o IPCA em 0,55% em maio, enquanto a poupança rendeu 0,62%.

 

"Só agora os fundos DI e de renda fixa estão rendendo mais que a inflação. Grande parte tem tido rendimento negativo desde o fim de 2014 e ainda não recuperou perdas no longo prazo", diz Fabio Colombo, administrador independente de investimento.

 

Com o ganho de 1% mensal, o investidor volta para uma espécie de "zona de conforto" com efeitos colaterais conhecidos para a economia --inviabilidade de investimentos produtivos de retornos menores e de prazos longos de maturação como infraestrutura e habitação.

 

Nesse patamar, fica difícil para as ações das empresas listadas na Bolsa distribuírem lucros e competirem com a renda fixa, apesar de os preços dos papéis estarem baixos. Também enfraquece o apelo dos fundos imobiliários, que, mesmo com isenção fiscal, têm rentabilidade inferior às demais aplicações.

 

Finalmente, os juros elevados permitem a recuperação das margens de ganho dos gestores e dos distribuidores de investimentos, desestimulando a busca pela redução de custos. Esse ganho será importante se a taxa básica de juros voltar para a casa de 7,25% ao ano, como em 2012, quando a maioria dos fundos DI e de renda fixa passaram a perder para a poupança. A Selic está atualmente em 13,75% ao ano.

 

"Está enganado quem se vê numa zona de conforto e acha que voltou a ganhar dinheiro sem fazer esforço. Muitas dessas pessoas deveriam investir em educação e na própria capacidade financeira para atravessar esse período", ressalta William Eid, professor de finanças da FGV.

 

Fonte: Folha de S. Paulo


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