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Crédito para o setor agropecuário aumenta, mas com juros maiores


03/06/2015

Participação das taxas subsidiadas pelo Tesouro vai cair de 80% para 64% na próxima safra

 

Oferta de recursos com juros de mercado sobe 130%; produtor pagava em média 10%, e agora custo será de 14% a 16%

 

Em um período de crise e de ajustes econômicos, até que a agropecuária conseguiu um bom volume de recursos para a safra 2015/16.

 

Serão R$ 187,7 bilhões para operações de custeio, investimentos e comercialização, 20% mais do que no período anterior. Os valores foram anunciados, nesta terça (2), pela presidente Dilma Rousseff e pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e constam no Plano Agrícola e Pecuário da safra 2015/16.

 

No ano passado, um período sem uma crise tão anunciada como a atual e às vésperas da eleição presidencial, o aumento do crédito foi de 15% em relação a 2013/14.

 

Com a inflação ascendente, no entanto, a variação dos recursos da safra 2015/16 vai ser de 11% em relação à anterior, descontado o IPCA. Os recursos da agricultura familiar serão anunciados depois.

 

Em um momento em que se fala de uma Selic de 14%, as taxas de juros do setor agrícola tiveram alta moderada.

 

As de custeio para os produtores médios serão de 7,75%, enquanto as de investimentos foram fixadas em 7,5%. Na safra anterior, eram de 5,5%. O crédito ao produtor médio sobe para R$ 18,9 bilhões --alta de 17%.

 

Já o grande produtor terá taxa de juros de 8,75%, enquanto o investimento terá taxas de 7% a 9,5% ao ano.

 

O aumento dos recursos destinados à agropecuária não significa, no entanto, muito alívio ao produtor.

 

O volume para custeio, com juros controlados e participação do Tesouro, vai evoluir só 7,5% na safra 2015/16, para R$ 94,5 bilhões, ante R$ 87,9 bilhões na safra que se encerra.

 

Já a oferta de recursos com taxas de mercado sobe 130%, para R$ 53 bilhões. Esses recursos vêm de títulos privados e de operações casadas de bancos que atuam no sistema --parte dos juros é subsidiada, e parte, com taxas livres.

 

Na safra 2015/16, a taxa com juros subsidiados representará 64% do volume de crédito destinado ao custeio. Na anterior, foi de 80%.

 

Ou seja, num período de inflação elevada e aumento de custos dos insumos, principalmente devido à alta do dólar, o mix de juros --taxa média entre subsidiada e de mercado-- pagos pelos produtores deve ser de 14% a 16%. Em 2014, ficou próximo de 10%.

 

Na avaliação de quem já esteve no governo, como Seneri Paludo, ex-secretário de política agrícola de Dilma, o plano tem o mérito de manter uma evolução dos recursos disponíveis aos produtores e sem sobressalto dos juros.

 

Paludo destaca, ainda, as medidas de apoio à agropecuária, que vão dos incentivos ao confinamento à política de retenção de fêmeas.

 

O volume de seguro agrícola não teve grandes alterações no plano. Mas o problema não é de volume, mas tempo. "Tem de chegar na hora certa." No ano passado, esse dinheiro foi repassado com atraso para as seguradoras.

 

Fonte: Folha de S. Paulo


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