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UGT-ES participa da Audiência Pública da CPI da Violência contra Jovens Negros da Assembleia Legislativa em Vitória


02/06/2015

A audiência pública da CPI que apura as causas, razões, conseqüências, custos sociais e econômicos da violência, morte e desaparecimento de jovens negros e pobres no Brasil aconteceu na segunda-feira, dia 1º, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Presidida pelos deputados federais capixabas Evair de Melo (PV) e Dr. Jorge Silva (PROS) e teve a participação de jovens lideranças dos movimentos social e sindical que compuseram a mesa de trabalhos. A UGT-ES foi representada pelo seu secretário da Juventude Gutemberg Guedes,  que foi bastante taxativa em sua fala, “nós da UGT-ES há muito temos denunciado esse extermínio que tem sua origem na desigualdade e falta de oportunidades. Nós jovens negros sofremos todo tipo de discriminação. Por sermos jovens, por sermos negros e por sermos pobres. Só será possível rever esse quadro vergonhoso com investimentos sérios em educação. As cotas são um avanço. Porém é preciso mais. O Brasil tem que fazer políticas de reparação. Participamos ativamente dos Conselhos da Juventude. Conhecemos e sentimos na pele todos esses problemas. Por isso, nada mais justo que os jovens participem da elaboração e execução de políticas públicas reparadora”.

 

A CPI se baseia no panorama da violência, extraído do anuário Mapa da Violência de 2014, revela que o Brasil é o País que mais mata no mundo. Para se ter uma ideia, de 1980 a 2012, a taxa de homicídios aumentou 148,5%, totalizando mais de 1,2 milhão de vítimas.

 

Estudos mostram os aspectos perversos da violência expõe a vulnerabilidade diária vivida por 26% da população formada por jovens de 15 a 29 anos, em sua maioria negros, do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.

 

82 mortes por dia

 

De acordo com o autor da proposta, o quadro descrito no anuário da Violência de 2014 revela que das 56.337 pessoas assassinadas no Brasil em 2012, mais de 30 mil vítimas são jovens. No total, 82 deles morrem por dia, ou 07 a cada 02 horas. Outra  revelação igualmente triste e estarrecedora: 92% dos jovens mortos são homens, e 77% das vítimas, negros. Em algumas capitais do Nordeste, por exemplo, a taxa de homicídio de jovens assume contorno ainda mais dramático e chega a ser 10 vezes maior que a taxa nacional, que é de 29 para cada 100 mil habitantes.

 

Pesquisa recente feita pela Secretaria Nacional de Juventude aponta que 51% dos jovens ouvidos em todos os estados, em cidades de pequeno, médio e grande porte, e em todos os estratos sociais, já perderam uma pessoa próxima de forma violenta.

 

Extermínio

 

Entre os principais motivos da mortandade da população jovem apontados por estudiosos, os vilões são grupos de extermínio, milicianos e o modelo de repressão policial à violência levado a cabo pelas forças de segurança pública do Estado, geralmente tendo por vítimas jovens negros de periferias, em razão da sua maior exposição. Em Vitória, no Espírito Santo, morrem 587% mais jovens do que a população em geral. 

 


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