01/06/2015
A UGT-MG e sindicatos filiados colocaram o bloco na rua nas primeiras horas da manhã da última sexta-feira, 29 de maio, no Dia Nacional de Paralisação e Mobilizações. Filiado à Central, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de BH e Região Metropolitana atendeu à convocação da UGT e mobilizou a categoria, que cruzou os braços em vários pontos da capital mineira.
Os ônibus deixaram de circular por volta das 6 horas, com reflexos nos principais corredores de trânsito. Aderiram ao protesto as estações do BH Bus Diamante, Vilarinho, Barreiro e Pampulha, além de algumas estações do MOVE, que interligam diferentes regiões da capital. Como consequência, pontos cheios de passageiros e trânsito lento, com repercussão em toda a cidade.
“Avaliamos o movimento como muito positivo. Nossa categoria é sempre participativa e adere às nossas convocações. Demos o recado e estamos à disposição da nossa Central para participar de qualquer movimento em defesa dos trabalhadores”, afirma o diretor de Relações Sindicais do Sindicato dos Rodoviários e coordenador da Regional Barreiro, José Márcio Gomes Ferreira, o Ferreirinha.
Segundo ele, o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização, é um afronta ao trabalhador. “Esse projeto é como rasgar a CLT, é precarizar o que já é precário. Não podemos permitir a supressão de direitos e se não dermos o grito eles enfiam essas mazelas goela abaixo’”, diz Ferreirinha, que se mostra ainda indignado com as Medidas Provisórias 664 e 665, que mudam as regras do seguro desemprego, auxílio doença e pensão por morte.
Os ônibus começaram a circular por volta de 10 horas, de acordo com Ferreirinha, em consideração aos usuários do transporte coletivo que também são trabalhadores.
Apoios
Na Estação Diamante, a cobradora Maria de Lourdes V. da Silva Lima se juntou aos colegas e cruzou os braços. “Apoio o movimento, sim, e acho que a população tem que se unir neste tipo de protesto. Tenho acompanhado as notícias sobre a regulamentação da terceirização e acho um absurdo o que estão propondo”, comenta.
Maria de Lourdes ressalta que tem um exemplo dentro de casa. “Meu marido prestava serviço para uma revendedora de veículos e foi demitido há cerca de dez anos. Até hoje não recebeu um tostão do que tinha direito. Estamos até hoje lutando na justiça”, diz.
Mesmo com o transtorno causado pela paralisação dos coletivos, a operada de caixa de uma rede de drogarias, Sara Thais Medeiros Silveira, também manifestou apoio à paralisação. Enquanto aguardava o ônibus na Estação Diamante, ela conversou com nossa reportagem. “Faltam recursos para a educação e a saúde, a violência só tem crescido e as passagens estão muito caras. Os empresários não estão nem aí para o trabalhador e só visam ao lucro, nada mais. Eu, por exemplo, ganho só um salário mínimo e não tenho nenhum benefício”, disse indignada.
Na parte da tarde, a UGT-MG se reuniu a outras centrais sindicais em manifestação realizada na Praça Sete. Em Belo Horizonte, o Dia Nacional de Mobilização e Paralisações teve a adesão de outras categorias, como metroviários, servidores municipais da saúde e educação, servidores estaduais da Educação, servidores dos Correios, funcionários de alguns bancos, entre outros.
Fonte: UGT Minas
UGT - União Geral dos Trabalhadores